Mais de 70% da receita: como a Marfrig ancorou seu balanço na forte demanda por carne bovina dos americanos

CEO, CFO e diretor de RI da companhia participaram de live do InfoMoney: "nossa disciplina financeira é inegociável", destacaram

Anderson Figo

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SÃO PAULO — Maior produtora global de hambúrgueres, a Marfrig (MRFG3) ancorou seu balanço na forte demanda por carne bovina dos americanos. A operação da empresa na América do Norte já é responsável por mais de 70% da receita do grupo no segundo trimestre deste ano — e a expectativa dos diretores da companhia é de que esse percentual pode aumentar.

“A gente tem visto desde o início do ano uma demanda crescente por carne bovina na América do Norte. O primeiro trimestre já trouxe números pujantes em relação à demanda, muito puxado pelo pacote de incentivos do governo americano, pela retomada da economia e avanço da vacinação nos Estados Unidos”, disse Eduardo Puzziello, diretor de relações com investidores da companhia, em live do InfoMoney.

“No segundo trimestre, a gente observou não só o efeito sazonal do barbecue season, mas também a retomada do food service por lá. Isso fez com que as margens da indústria subissem muito forte. (…) A gente trouxe margem em torno de 24,5% nos Estados Unidos. Normalmente a gente vê um segundo semestre um pouco mais suave, mas estamos vendo uma contínua demanda por carne bovina. (…) É provável que o segundo semestre de 2021 seja superior ao segundo semestre de 2020. Para o ano que vem, a gente espera ter uma demanda ainda muito forte e saudável, embora não tão forte quanto 2020 e 2021, mas mais forte do que 2019″, completou o executivo.

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A live faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, em que o InfoMoney entrevista CEOs e diretores de importantes companhias de capital aberto, no Brasil ou no exterior. Eles falam sobre o balanço do segundo trimestre de 2021 e sobre perspectivas. Para acompanhar todas as entrevistas da série, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

Miguel Gularte, CEO da Marfrig e que também participou da live, comentou sobre algumas dificuldades logísticas no trimestre, como aumento do custo dos fretes e atraso na partida de navios, o que fez a companhia compensar a menor exportação com o mercado interno.

“O nosso modelo no ano passado estava focado em 70/30, sendo 70% exportação e 30% mercado interno. Agora, com esse problema logístico, estamos em 60/40, sendo 60% exportação e 40% mercado interno”, disse. “O dólar beneficia as exportadoras e ano que vem é um ano eleitoral. Geralmente o dólar tende a ficar mais valorizado em anos eleitorais, beneficiando o negócio”, completou.

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Tang David, CFO do grupo, também participou da live e ressaltou que a Marfrig conseguiu encerrar o segundo trimestre de 2021 com sua menor alavancagem da história, de 1,45x o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização).

“Isso é fruto da nossa disciplina financeira. Continuaremos com essa disciplina financeira. Não temos nenhum M&A [fusão e aquisição] em planejamento. Nossa prioridade na gestão do capital é reduzir o endividamento, o que reduz despesa financeira e isso gera mais lucro. Aí eu remunero o acionista através da distribuição de dividendo”, afirmou o executivo.

Puzziello, Gularte e David falaram ainda sobre e-commerce de carne, programa de recompra, demanda crescente da China, especialmente de carne suína, do cenário na América Latina, inclusive a paralisação das exportações na Argentina durante o segundo trimestre, e sobre a nova fábrica de hambúrguer da empresa no Brasil. Assista à live completa acima, ou clique aqui.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.