Leilão do 5G para blocos com compromisso de conectar escolas é marcado por ‘desertos’ de propostas

Certame realizado nesta sexta-feira (5) pela Anatel não atingiu valor esperado ao programa de infraestrutura de rede nas unidades públicas de ensino

Dhiego Maia

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GONÇALVES (MG) — O segundo dia do leilão do 5G, realizado nesta sexta-feira (5) pela Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), ficou marcado por uma dezena de lotes “desertos”.

O termo “deserto” é uma referência para quando um lote não recebe proposta de preços de nenhuma empresa.

A situação é oposta à registrada nesta quinta (4), quando o certame arrecadou R$ 7,1 bilhões para o governo, com ágio médio (valor adicional ao mínimo que era exigido no edital) de quase 250% sobre o lance mínimo das faixas ofertadas.

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Nesta sexta, foram colocados em disputa blocos de 200 MHz, na faixa de 26 gigahertz, todos atrelados ao compromisso de conectar as escolas públicas do país.

A Telefônica Brasil, dona da marca Vivo (VIVT3), foi a companhia que mais deixou de apresentar propostas aos lotes.

Com isso, os lotes do tipo H –do 1 ao 18, do 20 ao 24, do 26 ao 30, e do 32 ao 36; do tipo I, de abrangência nacional, do 7 ao 10; e do tipo J, do 1 ao 18, do 21 ao 24, e do 34 ao 36– foram considerados vazios.

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Sem a concorrência das grandes teles, os provedores de internet ganharam fôlego na segunda parte da disputa. A Fly Link LTDA conquistou um lote de tipo H, por R$ 900 mil, e virou nova prestadora de serviço móvel.

A Neko Serviços de Comunicações, Entretenimento e Educação LTDA também obteve o mesmo status ao abocanhar um lote para operar em parte do estado de São Paulo.

Os maiores valores desembolsados pelas teles ficaram concentrados nos lotes de abrangência nacional da referida faixa. A Claro levou duas licenças por R$ 52,825 milhões cada uma. A Telefônica Brasil arrematou outros três lotes nacionais, de R$ 52,824 milhões cada um.

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A faixa de  26 gigahertz é aguardada pelo mercado para usos na automação industrial e no agronegócio pela sua grande capacidade de transmissão de dados.

Contrapartida

O vazio de propostas preocupa porque, na faixa de radiofrequência leiloada nesta sexta, as empresas vencedoras dos lotes terão de levar internet de qualidades às escolas urbanas de educação básica do país, uma contrapartida estipulada em edital para a exploração da “via de frequência”.

Se todos os lotes fossem arrematados, as operadoras teriam de investir R$ 7,6 bilhões na infraestrutura de rede nas escolas públicas, valor que ficou bem abaixo do esperado por causa das desistências.

Pelo edital, 90% do valor movimentado nesta sexta será destinado ao programa.

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Dhiego Maia

Subeditor de Finanças do InfoMoney. Escreve e edita matérias sobre carreira, economia, empreendedorismo, inovação, investimentos, negócios, startups e tecnologia.