Jeitinho brasileiro: doleiros voltam à cena na tentativa de fugir do IOF

Figura reaparece oferecendo a alternativa de utilizar cartões pré-pagos utilizados em outros países para driblar o imposto

Nara Faria

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SÃO PAULO – Desde o aumento do IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) nas compras e saques com cartão de débito pré-pago utilizado no exterior, o brasileiro tem buscado alternativa para evitar a cobrança do imposto. Dentre elas, o doleiro, uma figura que há tempos não era lembrada voltou a aparecer oferecendo a possibilidade de utilizar cartões emitidos em outros países sem a incidência do imposto para evitar a cobrança. O instrumento ficou conhecido no mercado como “cartão paraguaio”.

De acordo com matéria publicada no jornal Valor Econômico, duas formas tem sido utilizadas para evitar o aumento de 6% no imposto. Em uma delas é feita uma remessa em favor do próprio remetente para um banco fora do País, que emite o cartão de débito. Para este caso, há cobrança de 0,38%, pois se trata de uma remessa para o exterior. O outro meio, que além de mais arriscado é ilegal, consiste na entrega do dinheiro para o doleiro, que retorna com um cartão emitido fora do país. 

IOF mais caro
Desde o dezembro do ano passado, quando o governo anunciou a unificação do IOF para transações internacionais, aumentando o tributo de 0,38% para 6,38% nas compras internacionais e saques no exterior realizadas no cartão pré-pago – o que iguala ao imposto já cobrado no cartão de crédito – o mercado vem buscando alternativas para amenizar os impactos da medida no bolso.

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Com a mudança, o saque de dólares ou moedas de outros países no Brasil antes da viagem, se tornou a única hipótese que possibilita a continuidade da cobrança de 0,38% de IOF. Contudo, o risco de carregar uma grande quantidade de dinheiro deixa dúvida se esta seria a alternativa mais adequada.

Com isso, ganhou visibilidade o uso do cartão de crédito, já com com ele o imposto seria o mesmo, mas o consumidor teria um prazo maior para pagar tanto o valor da compra como o IOF – apesar de ser uma alternativa arriscada para aqueles que temem perder o controle dos gastos. Além disso, a abertura de contas no exterior começou a ser avaliada para viajantes que pretendem ficar um tempo mais longo fora do País.