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SÃO PAULO – Os papéis do Itaú fecharam em forte alta de 4,13% nesta terça-feira, em reação ao anúncio de compra do BankBoston no Brasil pela instituição. Diante deste cenário, a Fator Corretora e o Banco Pactual publicaram relatórios discorrendo a respeito da transação.
De acordo com a Fator, a operação é, sem dúvida, positiva para o Itaú. Já o Pactual considera que o valor pago pelos ativos é justo, porém ressalta que a transação deve atrair pouca sinergia para o Itaú.
Por que a operação é positiva?
Justificando sua opinião de que a aquisição em pauta é positiva, a Fator lembra que o BankBoston no Brasil:
Não perca a oportunidade!
- é detentor de uma importante operação de gestão de ativos, o que proporcionará um aumento de 2,9 pontos percentuais na participação de mercado do Itaú neste nicho;
- apresenta uma base de cerca de 203 clientes e uma base de clientes pessoas físicas de renda elevada e com bom potencial de venda cruzada. A carteira de crédito é concentrada junto a grandes empresas, mas conta também com pequenas e médias companhias, um segmento que oferece maior margem e vem sendo disputado pelos grandes bancos recentemente;
- dá força à importante posição do Itaú como custodiante;
- possibilita um aumento da participação do Itaú no mercado de cartões de crédito, um dos pilares estratégicos da instituição.
Pontos a serem discutidos
Já o Pactual ressalta que os principais aspectos a serem discutidos são:
- o BankBoston adicionaria mais valor ao Bradesco, dada a fraqueza deste último nos segmentos de atacado e Private Banking, áreas de melhor desempenho do BankBoston no Brasil;
- a operação deve criar uma maior pressão sobre a administração do Bradesco no sentido de adquirir novos ativos financeiros;
- ainda não há informações completas a respeito dos múltiplos envolvidos na transação, mas eventualmente estes podem exercer certa pressão sobre o ROAE (Return on Average Equity) do Itaú; e
- o Itaú apresenta fragilidades em dois segmentos: empréstimos aos consumidores e seguros. Enquanto o banco vem apresentando crescimento orgânico no primeiro, o segmento de seguros não vem apresentado expansão orgânica ou mesmo via aquisições, enfatiza o Pactual.