IR, dívidas e mais: as medidas de governos e empresas para ajudar vítimas no RS

Ações vão desde emissão gratuita de documentos ao adiamento do prazo de entrega da declaração do IR

Maria Luiza Dourado

Porto Alegre sofre com a tragédia das chuvas no estado (Foto: Gustavo Mansur/ Palácio Piratini/Divulgação)

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Órgãos públicos e empresas do setor privado têm divulgado medidas para ajudar os afetados pelas chuvas no Rio Grande do Sul. As ações vão desde a suspensão de cobranças de dívidas e a formação de uma força tarefa para a emissão de documentos perdidos nas enchentes, até o adiamento do prazo de entrega da declaração do Imposto de Renda 2024. Confira:

Dívidas em bancos

Os maiores bancos do país criaram medidas para auxiliar seus clientes afetados pela crise climática.

Banco do Brasil (BBAS3), Bradesco (BBDC4), Itaú (ITUB4) e Santander (SANB11) têm ofertas temporárias para minimizar os eventuais problemas financeiros de clientes da região, como redução de taxas de juros, suspensão de cobranças de pessoas físicas e jurídicas, condições especiais de negociações de dívidas, operações especiais com as seguradoras, além de doações.

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Suspensão de medidas executivas

A Procuradoria Geral do Banco Central suspendeu por 90 dias as medidas executivas contra devedores do BC que tenham residência no Rio Grande do Sul. A decisão suspende ações de inscrição de devedores gaúchos em dívida ativa, o envio de certidões de dívida ativa para protesto, além do ajuizamento de execuções ficais.

Antecipação de benefícios do INSS

O ministério da Previdência Social e o INSS vão antecipar o pagamento dos benefícios previdenciários de junho para maio, inclusive os de prestação continuada, para quem reside nos municípios atingidos pela catástrofe climática.

Com isso, os pagamentos que seriam feitos de 24 de maio a 7 de junho serão realizados no primeiro dia do calendário de pagamentos enquanto durar a calamidade pública. É possível conferir o calendário de pagamentos atualizado aqui.

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Emissão de documentos

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) iniciou uma ação para emitir gratuitamente a segunda via para quem perdeu documentos básicos, como certidões de nascimento e casamento. 

27 juízes e 11 servidores foram distribuídos em quatro regiões de Porto Alegre para providenciar as segundas vias. Há também representantes do MP e da Defensoria estadual.

Mais informações estão disponíveis aqui.

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Adiamento do prazo para declarar IR

Os moradores dos municípios gaúchos afetados pelas enchentes ganharam mais três meses para fazerem a declaração do IR. Uma portaria da Receita Federal adiou de 31 de maio para 31 de agosto o prazo de entrega nessas localidades.

Adiamento para pagamento de tributos federais

A Receita prorrogou também o prazo para pagamento de todos os tributos federais, inclusive de micro e pequenas empresas e microempreendedores individuais, incluindo parcelamentos, e o cumprimento de obrigações acessórias, de pessoas físicas e de empresas de médio e grande porte. 

Além disso, a prática de atos processuais em processos administrativos de interesse de contribuintes que tenham domicílio nos municípios atingidos está suspensa até o dia 31.

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As medidas valerão para os moradores de 336 municípios em estado de calamidade pública. A lista das localidades pode ser consultada aqui.

Saque calamidade do FGTS

As vítimas das enchentes podem sacar até R$ 6.220 do saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), por meio do “Saque Calamidade”.

A modalidade é liberada à população à medida que as prefeituras indicam áreas e o governo reconhece e decreta o estado de calamidade pública.

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Para conferir os municípios habilitados no Rio Grande do Sul e Santa Catarina, acesse a página dedicada ao tema no site da Caixa.

Maria Luiza Dourado

Repórter de Finanças do InfoMoney. É formada pela Cásper Líbero e possui especialização em Economia pela Fipe - Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas.