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SÃO PAULO – A falta de experiência como empresário e o medo do fracasso são dois motivos que levam muitos empreendedores de primeira viagem a optar por abrir uma franquia. Faz sentido. Enquanto 25% das empresas próprias vão à falência no primeiro ano, apenas 3% das franquias passam pela mesma situação.
Além disso, o mercado brasileiro de franchising possui opções para variados perfis, com investimentos que podem variar de R$ 5 mil a R$ 13 milhões. No total são 2.031 marcas de diferentes setores da economia.
Segundo dados da ABF (Associação Brasileira de Franchising), o setor cresce a taxas maiores que as da China nos bons tempos e fatura R$ 89 bilhões por ano. A expectativa para 2013 é que o crescimento fique entre 14% e 15%, e as receitas atinjam R$ 104 bilhões – desde que o PIB cresça 4%, diz o diretor-executivo da ABF, Ricardo Camargo.
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Onde investir
Para quem planeja entrar na onda das franquias, Camargo dá uma importante dica. Três setores devem repetir neste ano o desempenho positivo registrado em 2011 e 2012: beleza e saúde; hotelaria e turismo; e móveis e decorações.
Claudia Bittencourt, diretora-geral do Grupo Bittencourt, uma consultoria especializada em franchising, também acredita que esses segmentos continuarão evoluindo em 2013, com destaque para o setor de serviços. “Todo serviço que ofereça comodidade e esteja mais próximo do consumidor final vai crescer.”
Vale destacar que o aumento da renda do brasileiro e o ingresso das mulheres no mercado de trabalho são fatores determinantes do desempenho positivo do franchising no país e impactam diretamente no crescimento dos negócios.
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Tiro certo
Repetindo a performance de 2011, o setor de turismo e hotelaria – que naquele ano cresceu 85,9% em faturamento – deve continuar em alta. O diretor da ABF lembra que, mesmo com a política de remuneração dos bilhetes aéreos, que tem comprometido o lucro das grandes operadoras de turismo, as franquias evoluem. Entre os fatores que contribuem para a alta do setor, além do avanço da classe média e o melhor nível de emprego no país, estão os eventos esportivos dos próximos anos – Copa do Mundo e Olimpíada. Em 2013, o segmento de turismo já tem uma garantia, a Copa das Confederações, que deve atrair centenas de milhares de visitantes ao Brasil. “O setor de turismo ainda não chegou ao seu limite. Muito pelo contrário”, diz o executivo da ABF. A descoberta do interior e das regiões Nordeste e Centro-Oeste do Brasil traz novas companhias aéreas para a disputa, aumentando a oferta de voos para essas regiões.
O setor de móveis e decoração, que cresceu 35% em faturamento em 2011, deve repetir o feito e avançar em 2013. Um dos fatores são os valores dos imóveis, que se estabilizaram, depois de forte alta em 2010 e 2011. Na avaliação da ABF, o arrefecimento nos valores dos imóveis é positivo para as novas lojas, o que permite que a entidade projete um crescimento de 9%. “Com preços mais razoáveis, o setor cresce mais.”
No franchising brasileiro, o setor de beleza e saúde é o terceiro que mais cresce – faturou 24,3% mais em 2011. O segmento acompanha o mercado de beleza e saúde do Brasil, um dos três maiores do mundo, registrando faturamento de R$ 15,4 bilhões no primeiro semestre deste ano, de acordo com dados da Abihpec (Associação Brasileira da Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos). “O Brasil consolida essa posição em função do consumo e do alto nível de empregabilidade, principalmente das mulheres”, reforça Camargo.
Um bom exemplo é a franquia O Boticário, a maior do País em número de lojas. No total foram mais de 3,3 unidades em operação em 2012, e como parte da estratégia de crescimento, o grupo lançou em agosto deste ano uma marca específica para maquiagens, o “quem disse, berenice?” que já conta com 10 lojas aberta.
Para suportar a expansão, o grupo investiu cerca de R$ 650 milhões este ano, parte deste valor concentrado na construção da nova fábrica em Camaçari, na Bahia.
Vale a pena?
Embora acredite mais especificamente na expansão de alguns setores, a diretora da Bittencourt, Claudia Bittencourt, lembra que o empreendedor que quer entrar no sistema de franquias deve primeiro avaliar o que ele gosta de fazer e principalmente saber se a franquia “cabe dentro do capital que ele tem”. Lembre-se de que é necessário dinheiro não apenas para abrir o negócio, como também para se manter vivo até atingir o ponto de equilíbrio.
Segundo Cláudia, também é importante avaliar o negócio, para saber se o resultado atinge suas expectativas. “Não é porque é um sistema de franquia com uma boa marca que o negócio vai dar certo. É preciso saber fazer a gestão do negócio.”
Conheça franquias que se destacam nos setores de maior crescimento do ramo de franquias
Beleza e Saúde
O Boticário *
Investimento: de R$ 150 mil a R$ 450 mil
Faturamento médio mensal: R$ 70 mil
Retorno esperado do investimento: de 18 a 36 mese
Onodera
Investimento: de R$ 290 mil a R$ 416 mil
Faturamento médio: R$ 113 mil
Retorno esperado: de 18 a 36 meses
Óticas Diniz
Investimento: de R$ 315 mil a 480 mil
Faturamento médio: R$ 80 mil
Retorno esperado: 24 meses
Setor Turismo
TAM Viagens
Investimento: a partir de R$ 269,5 mil
Faturamento médio mensal: não divulgado
Retorno esperado: 24 a 36 meses
Accor Hospitality
Investimento: de R$ 5,5 milhões a R$ 13 milhões
Faturamento médio mensal: não divulgado
Retorno esperado: 70 meses
Flytour
Investimento: a partir de R$ 150 mil
Faturamento médio mensal: R$ 300 mil
Retorno esperado: 24 a 48 meses
Móveis e Decorações
Colchões Ortobom
Investimento: de R$ 93 mil a R$ 183 mil
Faturamento médio mensal: R$ 80 mil
Retorno esperado: 18 a 36 meses
Imaginarium
Investimento: de R$ 132,5 mil a R$ 240 mil
Faturamento médio mensal: R$ 95 mil
Retorno esperado: de 28 a 40 meses
M Martan
Investimento: de R$ 185 mil a R$ 500 mil
Faturamento médio mensal: R$ 140 mil
Retorno esperado: de 18 a 36 meses
* Mesmo não sendo classificadas no setor de beleza e saúde da ABF, as lojas de O Boticário são um exemplo do avanço do setor de cosmetologia no país.