Intercâmbio: especialistas aconselham aproveitar dólar barato para viajar

Uma alternativa mesmo para quem pretende viajar em outro momento é antecipar a compra do intercâmbio

Diego Lazzaris Borges

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SÃO PAULO – A queda do dólar ante o real e as medidas do Governo para conter a desvalorização da moeda norte-americana podem sinalizar um bom momento para decidir pela tão sonhada viagem de intercâmbio.

No começo de janeiro, o dólar registrou menor patamar ante o real dos últimos dois anos, vendido a R$ 1,651, o que provocou a ação do Banco Central para evitar a sobrevalorização da moeda brasileira e a consequente perda de competitividade da indústria doméstica no mercado internacional.

Entretanto, se o dólar desvalorizado prejudica as exportações, beneficia e muito aqueles que pretendem viajar ou planejam investir na educação e no futuro profissional através de um intercâmbio.

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 “Para os intercambistas, o dólar mais barato é uma grande vantagem, pois além dos gastos com o curso em si eles ainda têm as despesas com alimentação e outros gastos pessoais em moeda local”, afirma a Gerente de Produtos da agência CI (Central de Intercâmbio), Fabiana Fernandes.

Segundo ela, uma alternativa para os estudantes que pretendem viajar em outro momento do ano, mas querem aproveitar o dólar desvalorizado, é antecipar a compra do intercâmbio. “É importante que o estudante planeje a viagem com antecedência para pagar menos. Com o dólar mais barato, este pode ser um bom momento, antes que as medidas façam efeito e o dólar suba de preço”, diz Fabiana. “Além disso, as passagens aéreas também ficam mais baratas se compradas com maior antecedência”, acrescenta a gerente.

Destino: EUA
A procura por intercâmbio para os Estados Unidos cresceu consideravelmente nos últimos três anos na agência de intercâmbio Experimento e, em 2010,  o interesse pelo país foi ainda maior por conta do preço do dólar em relação ao real.

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Além da desvalorização da moeda americana, a gerente comercial da agência, Emília Miguel, aponta a facilidade de pagamento como um dos motivos do aumento do intercâmbio para os brasileiros. “Hoje há uma grande facilidade de formas de pagamento, com parcelamento em várias vezes. Com isso, o intercâmbio passa a ser possível para muita gente”, afirma.

Na CI, a procura por intercâmbio nos Estados Unidos também continua forte. “Em 2010, quase 30% dos estudantes escolheram o país como destino para a viagem de estudos. Logo em seguida vem o Canadá, com 26%, e depois a Inglaterra, com 18%”, aponta Fabiana.

Entretanto, a gerente afirma que as viagens para a Europa também estão mais fáceis do que antigamente, quando o euro chegou a valer quase R$ 5. “Agora, os estudantes que têm o sonho de conhecer a Europa também podem incluir o velho continente na lista sem gastar tanto”, diz ela.

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Dicas
Para os especialistas em intercâmbio, a economia deve começar antes da viagem, com o planejamento cauteloso sobre o país, a cidade, o curso e a escola escolhidas. Para isso, o interessado deve procurar, primeiramente, um lugar com custo de vida baixo. Segundo Emília, uma boa opção é o Canadá e os países da América do Sul. Com o país decidido, é hora de escolher a escola, pensando também na facilidade de transporte e na qualidade do curso oferecido.

Outra dica é escolher países mais próximos, para não gastar tanto com o transporte aéreo. Também é possível optar por períodos fora da alta temporada (junho a agosto e dezembro a janeiro) ou fora das férias escolares para baratear o intercâmbio.

 “Uma forma de diminuir os gastos é escolher viver em casa de família, pois estão inclusos o café da manhã e o jantar, o que significa não desembolsar dinheiro para duas refeições”, aponta Emilia.

Diego Lazzaris Borges

Coordenador de conteúdo educacional do InfoMoney, ganhou 3 vezes o prêmio de jornalismo da Abecip