Inadimplência: perspectivas para 2012 são positivas, mas consumidor deve ter cautela

Consumidor deve evitar parcelamentos longos, principalmente aquele que já renegociou as dívidas

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SÃO PAULO – Em 2012, não é esperado um crescimento significativo da inadimplência, porém, para que essa expectativa seja atendida, o consumidor deve ter cautela na hora de fazer as compras, principalmente com os parcelamentos mais longos.

Segundo o presidente da TeleCheque, José Antônio Praxedes Neto, o aumento da renda das famílias deve manter essa expectativa. “Estou tranquilo com as perspectivas de riscos para o ano que vem, porque a população que está realmente alavancando o crescimento do consumo no Brasil ainda tem uma perspectiva de crescimento de massa salarial muito grande, principalmente por causa desse boom de crescimento interno, que deve acontecer por causa de eventos como Copa e Olimpíada”, comenta.

Já o assessor Econômico da Serasa Experian, Carlos Henrique de Almeida, afirma que tanto consumidores quanto empresários devem ter cuidado com um possível aumento da inadimplência. “Precisamos recomendar um certo cuidado, pois estimular o consumo de uma pessoa mais endividada vai exigir cautela de todos envolvidos no crédito: por parte do consumidor, nas suas compras, e da parte do empresário, fazer uma boa avaliação de risco e usar o cadastro positivo. Já por parte do governo, ele terá que ver quanto isso será eficiente como política de redução de juros e de estímulo ao consumo neste ambiente de maior endividamento”, explica.

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Pagando as dívidas de 2010
Neste ano, a taxa de inadimplência do consumidor apresentou altas e baixas. Parte do aumento observado no primeiro semestre deste ano foi causado pelo acúmulo de dívidas iniciadas no ano passado.

Para Praxedes, o aumento da inadimplência também reflete o novo perfil de consumo no País. “Acho que a inadimplência do consumidor em 2011 ficou bem parecida com a do ano passado. Nós tivemos uma exposição maior na inadimplência, mas por fatores que eu considero normais pelas operações. Nós tivemos aumento de prazos de financiamentos, além do aumento de valor agregado nos tipos de financiamento, que acaba aumentando o número de parcelas e os valores financiados. Mas a representatividade do aumento da inadimplência ficou equiparada ao novo perfil de consumo que vem se montando no país”, justifica.

No segundo semestre, a inadimplência do consumidor se comportou de maneira diferente, apresentando sucessivas quedas. “Com isso, temos o panorama para o resto de 2011, podendo oscilar um pouco para cima ou para baixo, mas nada expressivo neste final de ano em relação ao mesmo período de 2010”, completa Almeida.

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Fuja da inadimplência
“O consumidor tem que estar muito consciente, tem que ser muito racional. Ele já renegociou suas dívidas, então, é importante que o consumidor que fez uma renegociação de dívidas não faça novos compromissos, não faça grandes compras no Natal e dê preferência para compras à vista e produtos mais baratos, porque já está construindo seu histórico no cadastro positivo. Então, ele tem que ter uma boa atitude no crédito”, aconselha Almeida.

“Primeira preocupação é com o prazo que está fazendo a compra: quanto maior o prazo, maior o risco de acontecer um imprevisto, como perda de emprego. Quem optar por comprar produtos, como os de linha branca, deve dar preferência ao crédito de 10 ou no máximo 12 vezes. O importante é não estender muito os prazos, como 24 vezes. É muito tempo para uma aquisição. É melhor investir mais numa entrada e tentar diminuir os prazos, para se expor menos”, explica Praxedes.