Impostos: três em cada quatro brasileiros reconhecem os tributos pagos no dia a dia

SÃO PAULO – Os brasileiros estão identificando mais os tributos pagos indiretamente sobre produtos e serviços. Ao menos, é o que informa pesquisa realizada pela Fecomércio-RJ (Federação do Comércio do Rio de Janeiro), intitulada “Impacto de Tarifas e Tributos”.

De acordo com o levantamento, em 2012, a parcela de brasileiros que afirmam reconhecer o impacto dos impostos no seu dia a dia chegou a 74%, em 2011, esse percentual era de 62%.

O reconhecimento do impacto dos impostos no dia a dia ocorreu em todas as classes sociais, mas foi ainda mais significativo na classe C, na qual a percepção do pagamento de impostos passou de 59%, em 2011, para 75%, em 2012. Na classe DE, a proporção avançou de 53% para 58% na mesma base de comparação. Ainda que com menor crescimento relativo, a classe AB segue com maior percepção do pagamento de impostos: de 77%, em 2011, para 80%, neste ano.

Para o e economista da Fecomércio-RJ, Christian Travassos, o bem estar, sobretudo da classe média, cresceu e com isso, as obrigações também.

“A expansão continuada do mercado de trabalho com carteira assinada e o aumento do poder aquisitivo da população ampliaram o acesso a contas bancárias e a financiamentos, como nos casos de automóveis e imóveis, o que, por sua vez, realçou a incidência de impostos nas contas do brasileiro”, ressalta Travassos.

Impostos
Quando questionados sobre os impostos que pagam, 71% dos entrevistados indicaram os municipais (IPTU, taxas entre outros); 50%, os impostos indiretos (sobre produtos e serviços); 32% citaram os estaduais (IPVA entre outros); e 10%, os federais (imposto de renda entre outros).

Com relação a incidência de impostos no momento do consumo, 96% dos brasileiros dizem saber que pagam algum tipo de imposto na compra de Alimentos. Em 2011, eram 92%. Em todos os casos, a adesão fica bem acima da resposta referente aos impostos indiretos, onde 95% disseram tem ciência de que pagam impostos nas compras de Vestuário, Energia (94%), Higiene (94%), Telefonia (91%), Produtos de saúde (90%), Serviços pessoais (88%), Habitação (86%), Serviços bancários (85%) e Combustível (83%).

Impacto dos impostos na cesta de consumo
O estudo ainda projetou em números o peso da alta carga tributária sobre o poder de compra do consumidor, com base em sua pesquisa Cesta de Compras do estado do Rio de Janeiro. De acordo com os dados, a diferença entre os preços das cestas de compras com e sem impostos chega a R$ 107,03, o que significa 22,2% do valor pago pelo consumidor por 39 itens de alimentação, higiene e limpeza em suas compras mensais.

Em setembro, para adquirir a cesta de consumo o consumidor precisou desembolsar, em média, R$ 482,26. Sem os impostos, o valor cairia para R$ 375,24.

Ainda segundo a pesquisa, a maioria dos brasileiros informa que, se não tivesse que pagar tantos impostos, aumentaria o consumo de Alimentos (77%), Vestuário (73%), Higiene (66%) e Produtos de Saúde (55%).