Hotel de quarentena pode ter sido foco de nova variante do coronavírus em Hong Kong

A nova cepa — atualmente chamada B.1.1.529 — foi identificada em duas pessoas que estiveram na África do Sul e no Canadá

Bloomberg

Coronavírus (Unsplash)

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Dois casos da nova cepa do coronavírus, que soou o alarme em partes do sul da África e nos mercados financeiros, foram identificados em viajantes em quarentena compulsória em Hong Kong.

A variante — atualmente chamada B.1.1.529 — foi identificada em uma pessoa que veio da África do Sul, enquanto o outro caso foi detectado em um viajante do Canadá colocado em quarentena em um quarto de hotel em frente, disse o governo de Hong Kong nesta quinta-feira (25).

O viajante da África do Sul usou uma máscara com válvula que não filtra o ar exalado e pode ter transmitido o vírus ao vizinho quando a porta do quarto do hotel foi aberta, disse nesta sexta (26) um porta-voz do departamento de Saúde.

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A B.1.1.529 contém um número grande e atípico de mutações e é “claramente muito diferente” de versões anteriores, disse Túlio de Oliveira, professor de bioinformática que coordena instituições de sequenciamento de genes em duas universidades sul-africanas, em entrevista coletiva na quinta. Os primeiros resultados de testes de PCR mostraram que 90% das 1.100 novas infecções na província sul-africana que inclui Joanesburgo foram causadas pela nova variante, informou, Oliveira, por meio das redes sociais.

O ministro da Saúde da África do Sul, Joe Phaahla, disse que a mutação é motivo de “séria preocupação”, enquanto representantes da Organização Mundial da Saúde se reuniram para avaliar o impacto da cepa.

Em Botswana — vizinho da África do Sul — a nova variante foi detectada em pessoas vacinadas, disse Kereng Masupu, coordenador da Força-Tarefa Presidencial da Covid-19, em comunicado. Na quinta, o Reino Unido suspendeu temporariamente voos da África do Sul e de cinco países vizinhos devido à preocupação com a B.1.1.529. Outros países intensificaram o monitoramento de viajantes da região.

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Doze pessoas que estavam hospedadas em quartos próximos aos dois casos de Hong Kong estão agora em quarentena obrigatória de 14 dias em uma instalação do governo, segundo comunicado divulgado na quinta-feira.

Hong Kong é um dos poucos lugares do mundo que ainda não registraram um surto de transmissão comunitária provocado pela delta, a variante do coronavírus mais contagiosa detectada pela primeira vez na Índia e que agora se tornou a cepa dominante mundialmente. A mutação levou alguns países que conseguiram manter a Covid sob controle com quarentenas e restrições de fronteira em 2020 a abandonar essa abordagem e a combater o vírus como endêmico.

Hong Kong também exigiu que purificadores de ar fossem instalados nos quartos de hotéis usados para quarentenas, caso o hóspede quiser fazer exercícios com step, bicicleta ergométrica ou esteira para “remover aerossóis gerados” durante essas atividades, segundo comunicado do governo.

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Outros países como a Austrália também registraram casos de transmissão da Covid em instalações de quarentena, gerando críticas de que os hotéis não são locais adequados para isolar viajantes e casos suspeitos.

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