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SÃO PAULO – As discussões entre Governo e centrais sindicais sobre o pagamento da correção monetária do saldo do fundo de garantia do tempo de serviço (FGTS) referente aos Planos Verão e Collor 1 parecem não terminar nunca. No entanto, o governo deu sinais de que pretende tomar uma decisão final sobre o assunto até o final do mês de março. A questão não parece ser sobre se o pagamento será ou na efetuado, mas sim como será efetuado, já que os valores envolvidos chegam a R$ 40 bilhões, o que equivale a soma de todos os gastos do governo com custeio e investimento durante um ano.
Ao que tudo indica será dada preferência ao pagamento dos saldos cujos valores são inferiores a R$ 1.000,00. De acordo com estatísticas do próprio governo, a soma de todas as contas cujo saldo é inferior a R$ 1.000 corresponde a cerca de 16,9% do valor total a ser pago. No entanto, corresponde a cerca de 92% do total das contas que tem saldo a receber, o que reflete a grande disparidade na distribuição das contas do FGTS.
O pagamento das contas com saldo inferior a R$ 1.000 deve custar ao Governo R$ 6,7 bilhões. Em contrapartida, as contas com saldo superior a R$ 10.000 representam cerca de 1% to número total de contas, mas equivalem a 44,35% do total a ser pago, ou seja cerca de R$ 17,74 bilhões.
| Saldo a receber de FGTS | No. de contas a receber | Participação na dívida |
| Até R$ 500,00 | 87,74% | 11,41% |
| De R$ 500,00 até R$ 1.000 |
4,24% | 5,45% |
| Sub-total | 91,98% | 16,86% |
| De R$ 1.000 até R$ 2.000 |
2,94% | 7,79% |
| De R$ 2.000 até R$ 5.000 |
2,92% | 16,49% |
| De R$ 5.000 até R$ 10.000 |
1,16% | 14,50% |
| Acima de R$ 10.000 |
1,01% | 44,35% |
Fonte: Ministério da Fazenda