Huawei enxuga produção de smartphones e vende negócio de cabos em meio à guerra comercial

Chinesa teme queda nas vendas nos próximos trimestres graças à lista proibida do governo Trump  

Paula Zogbi

Publicidade

SÃO PAULO – A empresa chinesa de tecnologia Huawei está se desfazendo de uma de suas linhas de negócios – a de cabos de fibra ótica submarinos-, e desacelerando outra – a de produção de smartphones – em meio à guerra comercial entre o seu país de origem e os Estados Unidos.

A Huawei Marine System tem um negócio de cabeamento intercontinental no oceano – negócio semelhante ao que outras empresas como Microsoft e Google, fazem há anos. A empresa tem mais de 50.000 km de cabos, mas vem encontrando dificuldades para fechar novos contratos graças à má reputação criada pela imagem de facilitadora da espionagem chinesa alimentada no governo do presidente americano Donald Trump.

Um relatório enviado à Bolsa de Shangai mostra que a Hengton Optic-Electric, também chinesa, adquiriu a fatia da Huawei nessa empresa, correspondente a 51%. O valor não foi divulgado.

Masterclass Gratuita

Rota Liberdade Financeira

Aprenda a investir e construa um patrimônio do zero com o treinamento exclusivo do InfoMoney

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

Enquanto isso, uma reportagem do jornal South China Morning Post indicou que a Foxconn, parceira da Huaweii na fabricação de smartphones, paralisou a produção de “diversas linhas” de produtos da empresa conforme novos pedidos foram cessando.

Isso parece ser uma resposta direta à retaliação mais recente de Trump ao colocar a empresa na “lista proibida” americana, que obrigou que a Alphabet, holding dona do Google deixasse de fornecer o sistema operacional Android para os smartphones da chinesa. O limite para o fim do fornecimento do sistema operacional é o dia 19 de agosto.

Antes, em meio à guerra comercial entre EUA e China, a Huawei já havia sido proibida de vender no país americano e de comprar componentes oriundos do país sem autorização especial. O baque do fim do suporte Android, porém, foi o baque mais grave.

Continua depois da publicidade

Sem Android, usuários de aparelhos da Huawei fora da China serão os mais prejudicados, já que a empresa pode mais facilmente emplacar um sistema operacional próprio em sua sede. Países na Europa e no Oriente Médio representaram 28% do faturamento da empresa em 2018, por exemplo, seguidos de Ásia e Pacífico (excluindo a própria Chia), com 11%, e 7% das Américas.

Vale lembrar que a Huawei chegou ao Brasil em maio com seu smartphone topo de linha, o P30. Em comunicado, a empresa disse que aparelhos já lançados não serão afetados pelo bloqueio do Android – apenas os que ainda serão fabricados.

Invista melhor o seu dinheiro. Abra uma conta gratuita na XP. 

Paula Zogbi

Analista de conteúdo da Rico Investimentos, ex-editora de finanças do InfoMoney