“Desigualdade de gênero” no acesso a celulares custa US$ 700 bilhões a países emergentes

Ao todo, a diferença entre homens e mulheres com celular próprio é de 10%; se a lacuna fosse fechada, a receita anual das operadoras poderia aumentar em US$ 140 bilhões 

Mariangela Castro

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SÃO PAULO – Os países em desenvolvimento têm sido grandes responsáveis pelo crescimento exponencial da indústria de telefonia celular nos últimos anos. No entanto, a desigualdade de gênero nestes lugares pode custar mais de US$ 700 bilhões. 

É o que revela um estudo realizado pela GSM Association, associação comercial que representa o interesse de mais de 750 operadoras de celulares ao redor do mundo.

O “Gender Gap” é calculado comparando a população masculina, a feminina, e a quantidade de pessoas de cada gênero que possuem aparelho celular.

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A maior taxa é no Sul da Ásia, onde essa desigualdade chega a 28%. Seguido pela África Sub-Saariana, 15%, e Oriente Médio e África do Norte, 9%. A desigualdade nestas regiões em geral aumentou em cerca de 1% de 2017 para 2018. Já no Brasil, a taxa é de -2%, isto é, há mais mulheres com celulares do que homens.

Para as operadoras, a princípio, o problema pode parecer pequeno. Nos últimos anos, o número de usuários de telefone celular só tem aumentado. Desde 2014, estas mesmas empresas receberam cerca de 700 milhões de novos clientes nos países em desenvolvimento.

Ainda assim, se a lacuna fosse fechada, a receita anual dessas empresas poderia aumentar em US$ 140 bilhões. Além disso, nos próximos 5 anos, os países poderiam adicionar cerca de US$ 700 bilhões aos seus PIBs apenas conectando as mulheres a essa tecnologia.

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Na comparação com a população masculina, nos países em desenvolvimento, são 197 milhões a menos de mulheres com celulares próprios (10% de diferença) e 313 milhões a menos de mulheres utilizando internet móvel (23% de diferença).

Para além de facilitar a comunicação, o uso de celulares também pode causar impacto direto em outras esferas. Segundo o estudo, as mulheres mais propensas a não possuírem aparelho móvel são moradoras rurais, desempregadas, analfabetas (ou semianalfabetas) e com mais de 45 anos.

Para a GSM Association, estas barreiras e a falta de conexão a internet se sustentam caminhando juntas.

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Na Ásia, região com maior desigualdade, uma das quatro principais razões para as mulheres não possuírem aparelho celular é a falta de apoio da família. A falta de relevância do produto, o custo e a alfabetização também são listadas.

No Brasil e na maioria dos outros países em desenvolvimento, o custo dos aparelhos ainda é a maior barreira.

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