SÃO PAULO – O Banco do Brasil anunciou na última segunda-feira (9) detalhes do seu produto de crédito imobiliário indexado ao Índice Nacional de Preços ao Consumidor-Amplo (IPCA).
Exclusivo para novos clientes
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Diferentemente do financiamento apresentado pela Caixa Econômica Federal apresentado em agosto, disponibilizado a todos os públicos, a novidade do BB é exclusiva para clientes com renda a partir de R$ 10 mil, dentro das categorias Private e Estilo.
Em ambos os produtos, as parcelas iniciais e a taxa fixa são menores que as modalidades comuns, atreladas à TR (Taxa Referencial), mas o custo efetivo total (CET) pode ser maior.
O juro do BB começa em 3,45% ao ano mais IPCA e o da Caixa parte de 2,95% ao ano mais IPCA (para clientes com relacionamento com o banco e baixo grau de inadimplência). Pela TR, a taxa mínima atualmente está na Caixa, em 6,75% ao ano.
Considerando os riscos envolvidos, faz sentido a limitação da modalidade a clientes de mais alta renda. O BB sofre menos risco de calote dessa forma e, dentro desse perfil, a chance de o negócio valer a pena é maior dadas as condições de antecipação do pagamento.
Para a advogada Daniele Akamine, sócia da Akamines Negócios Imobiliários e especialista em Economia da Construção Civil, a modalidade é mais recomendada para clientes que possuam recursos para quitar o financiamento em prazos curtos, de até cinco anos.
“Nos contratos em que o cliente quitar o imóvel no curto prazo e aproveitar o valor mais baixo da prestação para fazer uma poupança poderá valer a pena a opção pelo IPCA”, diz.
Em períodos muito longos, contudo, a variação do IPCA pode encarecer muito a parcela, inviabilizando o pagamento por clientes de renda menos expressiva. Confira abaixo uma comparação da evolução da TR e do IPCA desde 1995.
Vale ressaltar, ainda, que, pelas regras de portabilidade do financiamento imobiliário, é possível trocar um contrato atual padrão pelo novo modelo, contudo, a mudança do contrato atrelado ao IPCA para a modalidade que utiliza a TR, muito provavelmente, não será possível, mesmo em caso de inflação acelerada.
Isso porque uma das condições para essa operação é que o juro novo seja menor que o original (considerando o valor do contrato – ou seja, desconsiderando a inflação).
Junto ao anúncio da nova modalidade, o Banco do Brasil anunciou uma “política de educação financeira” para os clientes que optarem pela contratação do juro + IPCA.
Eles “serão alertados que o valor das parcelas e o do saldo devedor da operação irão variar de acordo com a inflação”, disse o banco. A contratação está liberada apenas presencialmente, nas agências, para ajudar nessa comunicação.
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Confira abaixo a comparação entre os produtos da Caixa e do BB com indexação pela inflação:
Banco do Brasil | Caixa | |
Taxa de juros | A partir de 3,45% a.a. + IPCA | Entre 2,95% a.a. + IPCA e 4,95% a.a. + IPCA |
Sistema de Amortização | SAC (Sistema de Amortização Constante) | PRICE e SAC |
Valor do imóvel | SFH: Até R$ 1,5 milhão CH: Acima de R$ 1,5 milhão |
SFH: Até R$ 1,5 milhão SFI: Acima de R$ 1,5 milhão |
Percentual do financiamento | Até 70% do valor do imóvel | Até 70% do valor do imóvel |
Prazo | Até 180 meses | Até 360 meses |