Exército vai dirigir caminhões-tanque para abastecer postos com combustíveis no Reino Unido

Escassez de motoristas de caminhões pesados que transportam combustíveis pelo país é apontada como um dos motivos para crise pós-Brexit

Reuters

Placa mostra aos clientes que o combustível acabou em um posto de gasolina em Hemel Hempstead, na Grã-Bretanha, nesta quarta-feira (29). (Reuters/Matthew Childs)

Publicidade

Soldados britânicos começarão a dirigir caminhões-tanque para reabastecer os postos do país com combustíveis.

Filas de pessoas nos locais de venda persistem em todas as regiões da Grã-Bretanha há dias por causa da escassez dos combustíveis, que já ameaça a prestação de serviços essenciais e o abastecimento de alimentos.

A Grã-Bretanha, quinta maior economia do mundo, foi tomada por uma onda de pânico depois que as companhias petrolíferas avisaram que não tinham motoristas suficientes para transportar gasolina e diesel de refinarias para postos de abastecimento do país.

Exclusivo para novos clientes

CDB 230% do CDI

Destrave o seu acesso ao investimento que rende mais que o dobro da poupança e ganhe um presente exclusivo do InfoMoney

E-mail inválido!

Ao informar os dados, você concorda com a nossa Política de Privacidade.

O ministro dos Negócios, Kwasi Kwarteng, disse que 150 soldados foram mobilizados e que conduziriam os veículos dentro de alguns dias. “Os últimos dias têm sido difíceis, vimos grandes filas. Mas acho que a situação está se estabilizando”, afirmou.

O primeiro-ministro Boris Johnson tem procurado minimizar as preocupações, dizendo que os suprimentos estão voltando ao normal, ao mesmo tempo em que dizia aos cidadão para não entrarem em pânico.

A falta de cerca de 100 mil motoristas impactou a cadeia de suprimentos, esvaziou as gôndolas dos supermercados e deve elevar os preços dos produtos no Natal deste ano.

Continua depois da publicidade

Perguntado se poderia garantir que não haveria problemas no período em que o varejo é movimentado, Kwarteng disse: “Não estou garantindo nada. Tudo o que estou dizendo é que, eu acho que a situação está estabilizando”.

No início da manhã desta quarta-feira (29), havia longas filas de carros dentro e ao redor de Londres e na movimentada rodovia orbital M25, que circula pela capital. Placas anunciavam que não havia combustível disponível nos postos.

O impasse provocou pedidos para que médicos, enfermeiros e outros trabalhadores essenciais tenham acesso prioritário ao combustível, um movimento que Johnson resistiu.

Representantes da indústria disseram que a falta de combustíveis é mais latente em Londres e nas cidades da região sudeste do país. Segundo a Associação de Varejistas de Petróleo, que representa cerca de dois terços de todos os 8.380 postos de abastecimento do Reino Unido,  37% dos estabelecimentos estavam sem combustível até esta terça-feira (28).

A Grã-Bretanha deixou o mercado único da UE no início deste ano, impedindo que os transportadores recrutassem motoristas no bloco. Para enfrentar a escassez, o governo disse que emitirá vistos temporários para 5.000 motoristas estrangeiros, uma medida que havia descartado anteriormente.

“O que queremos fazer é garantir que tenhamos todos os preparativos necessários para passar até o Natal e além, não apenas no fornecimento dos postos de gasolina, mas em todas as partes da nossa cadeia de suprimentos”, disse Johnson.

Transportadores, postos de gasolina e varejistas dizem que não há soluções rápidas, porque a falta de motoristas no mercado é aguda; e o transporte desse tipo de produto exige treinamento e licenciamento.

Outra questão paira sobre o tempo de permanência dado aos profissionais que serão recrutados para desafogar a crise do desabastecimento. Os motoristas europeus estão relutantes em aceitar a oferta de visto, que só deve durar até 24 de dezembro deste ano.

Analista TOP 3 em rentabilidade de curto prazo compartilha seu método exclusivo na Bolsa