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Se você tem mais de 30 anos provavelmente vai se lembrar de como era difícil fazer algum planejamento financeiro em meio a um período de hiperinflação. A estabilidade econômica vinda com o Plano Real, a posterior redução da desigualdade e a situação de pleno emprego promoveram diversos efeitos na sociedade brasileira.
Nesse novo cenário, a população passou a olhar com mais atenção para o planejamento de suas vidas e de suas famílias, em busca de produtos para proteção financeira. Um dos setores que tem se beneficiado dessa tendência de médio a longo prazo, apesar de momentos turbulentos recentes na economia, é o de seguros de vida, até recentemente pouco conhecido pela população.
O último relatório de arrecadação do mercado segurador brasileiro, elaborado pela Confederação Nacional das Empresas de Seguros Gerais, Previdência Privada e Vida, Saúde Suplementar e Capitalização (CNSeg), apresenta os números do setor de 2011 a 2015, sendo possível observar a forte evolução desse mercado. Ao citar o seguro de pessoas – que inclui seguros de vida e outros produtos relacionados – o documento mostra que a arrecadação das seguradoras cresceu 56% entre 2011 e 2015, para R$ 29,8 bilhões. Esse avanço é ainda mais evidente quando observamos o segmento de planos individuais: alta de 140%, passando de R$ 2,6 bilhões para R$ 5,2 bilhões.
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A decisão de contratação de um seguro de vida passa por vários fatores, e, como observado nos países desenvolvidos, quanto maior a renda disponível e menor o desemprego, maior a importância do produto para as famílias. O avanço na expectativa de vida e a educação financeira também colaboram para a decisão pela contratação.
Nesse sentido, é importante notar que os economistas estão otimistas com o início de uma retomada da atividade econômica em 2017, ainda que a economia brasileira tenha passado por grandes desafios no ano passado e em 2016. A mediana das projeções de analistas consultados pelo Banco Central na Pesquisa Focus sugere avanço de 1,3% no PIB do próximo ano, com inflação dentro da meta e redução dos juros.
No médio ao longo prazo, aliás, a tendência tem sido justamente de melhora. Quando comparamos o momento atual do Brasil ao de dez anos atrás, por exemplo, as mudanças em alguns indicadores importantes para a indústria de seguros se tornam mais evidentes. Segundo dados do IBGE, nesse período de dez anos a expectativa de vida ao nascer subiu de 72,4 anos para 75,7 anos; a taxa de mortalidade infantil caiu de 21,0% para 13,3%; até mesmo o PIB, em valores correntes, alcançou a cifra de R$ 1,47 trilhão no primeiro trimestre deste ano, contra R$ 554 bilhões no início de 2006.