Empresas: compartilhamento de máquinas de cartões pode reduzir custos

Atualmente, os comerciantes pagam de R$ 70 a R$ 100 de aluguel mensal por terminal, além da taxa de 3% sobre as vendas

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SÃO PAULO – Uma nova idéia pode ajudar o varejo a reduzir os custos nas vendas feitas com cartões de crédito e débito: compartilhar a rede de máquinas POS (Point of Sale), responsáveis pela leitura dos cartões.

De acordo com o Banco Central, o não-compartilhamento cria restrições ao comércio e aumenta os custos, já que, para aceitar o pagamento com cartões de bandeiras diferentes, o lojista é obrigado a arcar com o aluguel de várias máquinas leitoras.

Atualmente, o varejo paga às administradoras de cartões, em média, de R$ 70 a R$ 100 de aluguel mensal por terminal POS. Há, ainda, a cobrança de uma taxa sobre as vendas, que gira em torno de 3%.

Vantagens e desvantagens

Para alguns lojistas, ter uma única máquina para todas as compras com cartões pode representar fila no caixa, e fila espanta o cliente. Entretanto, para os pequenos comerciantes, a adoção de um único equipamento traria uma redução considerável nos custos.

O consumidor também sai ganhando com a unificação, uma vez que, se houver redução de custo para o lojista, ela será distribuída por toda a cadeia do mercado, em especial para o consumidor, que hoje paga juros no crédito rotativo que chegam a 13% ao mês.

Assunto antigo

A discussão sobre a unificação dos equipamentos de captação é antiga. Há alguns anos, a Associação Comercial de São Paulo (ACSP) tentou coordenar uma ação nesse sentido, mas não obteve sucesso, afirma Marcel Solimeo, diretor do Instituto de Economia Gastão Vidigal, da ACSP.

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Atualmente, um projeto do BC, que faz parte do trabalho para a modernização dos meios de pagamento no País, iniciado em 2002, começa a ser desenrolado em Brasília. Nos próximos dias, a instituição divulgará um documento com a opinião do governo.

O documento não tem a força de uma norma, no entanto, tem tudo para fazer com que se retome no mercado essa velha discussão. “Para o varejo, é interessante poder fazer todas as operações em uma só máquina, inclusive as consultas ao Serviço Central de Proteção ao Crédito”, aponta Solimeo.

Mercado atual

Hoje, de todo o consumo privado do Brasil, 21% são pagos com cartão – seja de crédito, débito ou de loja. A modalidade perde apenas para o cheque, que detém cerca de 50% dos meios de pagamento do país.

No Brasil, existem seis sistemas que processam, compensam e liquidam pagamentos de varejo com cartões, enquanto na maioria dos países a infra-estrutura está concentrada em um único sistema.

Com informações do Diário do Comércio, periódico da Associação Comercial de São Paulo.