Doria diz que vai aplicar 4ª dose de vacina contra Covid “independentemente do Ministério da Saúde”

Governo ainda estuda estratégia e não informa quando a aplicação vai começar ou qual será o público-alvo inicial

Giovanna Sutto

(Reprodução/Governo do Estado de São Paulo)

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O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), afirmou que o estado vai aplicar a quarta dose da vacina contra Covid-19 em toda a população. A afirmação foi feita em entrevista à rádio Eldorado, na manhã desta quarta-feira (9). Doria foi enfático: “[A quarta dose será aplicada] independentemente da recomendação do Ministério da Saúde”.

“Avançando na segunda dose, nós poderemos avançar na dose de reforço, a quarta dose, seguindo uma ordem de faixa etária […]. Vamos adotar em São Paulo a quarta dose, independentemente de haver ou não recomendação do Ministério da Saúde”, afirmou o tucano.

Já em coletiva no Palácio dos Bandeirantes, no início da tarde desta quarta, Doria ajustou a fala e explicou que o estado pretende sim aplicar a quarta dose, considerada de reforço, mas ressaltou que não será imediatamente.

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“Considerar não quer dizer aplicar. Não houve qualquer afirmativa de que a quarta dose será aplicada imediatamente ou em curto prazo, até porque não vai”, disse.

Isso porque o estado ainda lida com milhões de pessoas que não compareceram para receber a segunda ou a terceira dose. São 2,1 milhões que só tomaram a primeira dose; outros cerca de 10 milhões de pessoas ainda precisam efetivar a terceira dose.

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Segundo Jean Gorinchteyn, secretário de Saúde da gestão Doria, a quarta dose está sendo tratada como um reforço à imunização. “Nosso objetivo é aplicar a dose da vacina contra a Covid anualmente, por isso, não vamos sequenciar as doses. Consideramos sim mais uma dose de reforço, mas vamos priorizar os grupos faltantes das outras doses que já estamos aplicando”, explicou.

Paulo Menezes, coordenador do comitê científico, acrescentou que esta dose, chamada de “booster” no exterior, já vem sendo aplicada em Israel e Chile. “Está na nossa perspectiva para os próximos meses iniciar esta vacinação”.

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O comitê ainda não definiu quando exatamente vai começar a aplicação, nem quem será o público-alvo.

Em São Paulo, 81% da população têm as duas doses aplicadas e, por conta disso, as internações caíram 18% em oito dias, para menos de 10 mil, considerando enfermaria e leitos de UTI.

“São sinais positivos, mas reforçamos a necessidade da vacinação em adultos e nas crianças entre 5  e 11 anos”, destacou Regiane de Paula, coordenadora geral do programa estadual de imunização.

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Até esta quarta, cerca de 52% das crianças na faixa etária mencionada tomaram a primeira dose no estado. Todos os 645 munícipios estão abastecidos com doses suficientes para atender as aplicações das crianças, segundo o governo estadual.

Em relação aos leitos, o estado tem 70,2% de taxa de ocupação de leitos; na Grande São Paulo, a taxa está em 70,5% — na última semana o índice na Grande SP era de 75%.

Posição do Ministério da Saúde

O Ministério da Saúde afirmou, nesta semana, que considera a possibilidade de uma quarta dose, como uma sequência anual de aplicação, como a do ano de 2022. Mas Marcelo Queiroga, ministro da pasta, disse que a decisão ainda não foi tomada.

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Inclusive, o ministério publicou uma nota técnica afirmando que ainda não há informações suficientes para a recomendação de mais uma dose.

“Antes de avançarmos rumo a novas indicações no calendário do PNO [Plano Nacional de Operacionalizações], se faz necessário compreender o cenário epidemiológico com maior detalhamento quanto às hospitalizações, óbitos e infecções pela Covid-19 entre determinados grupos etários e sua relação com o status de vacinação (vacinados x não vacinados)”, afirma a nota técnica publicada.

Vale lembrar que a quarta dose foi liberada em dezembro pelo governo, mas apenas para pessoas imunossuprimidas, ou seja, as que têm o sistema imunológico enfraquecido por câncer ou HIV/Aids, por exemplo.

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Fora isso, via de regra, a dose de reforço para maiores de 18 anos deve ser aplicada respeitando o prazo mínimo de quatro meses após a aplicação da segunda dose.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.