Diretor da OMS critica desigualdade na distribuição da vacina contra Covid-19: “grotesca”

Tedros Ghebreyesus Adhanom, diretor-geral da Organização Mundial de Saúde, questionou noção de solidariedade dos países ricos

Érico Lotufo

Diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus (Christopher Black/OMS/Divulgação via REUTERS)

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SÃO PAULO — O diretor-geral da Organização Mundial de Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus Adhanom, criticou nesta segunda-feira (22) a distribuição desigual de vacinas contra Covid-19 ao redor do mundo. Segundo o dirigente, pessoas jovens e fora da zona de risco em países ricos sendo imunizadas antes de pessoas no grupo de risco em países pobres é inaceitável.

“O abismo entre o número de vacinações em países ricos e o número de vacinações pela COVAX cresce a cada dia, e está cada vez mais grotesco”, disse em coletiva.

A COVAX é um consórcio global que une OMS, UNICEF e outras organizações ao redor do mundo para garantir a distribuição igualitária de vacinas ao redor do mundo.

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“Países que estão vacinando pessoas mais jovens e saudáveis estão fazendo isso ao custo das vidas de trabalhadores na área de saúde, idosos e outros grupos de risco em outros países”, continuou. “Os países mais pobres questionam o que países ricos realmente querem dizer quando falam sobre solidariedade”.

Segundo o New York Times, 458 milhões de doses da vacina contra Covid-19 foram aplicadas ao redor do mundo até a manhã de 23 de março. 206 milhões das doses, quase metade, foram aplicadas apenas nos Estados Unidos, países da União Europeia e no Reino Unido.

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Brasil segue correndo atrás

Mais de 14 milhões de doses já foram aplicadas em brasileiros, colocando o país entre o top 5 mundial em números absolutos. Apesar disso, apenas 5,1% da população brasileira recebeu pelo menos uma das doses, derrubando o país para fora do top 50 mundial em proporção.

Comparado aos vizinhos sul-americanos, o Brasil está atrás de Argentina, Uruguai e Chile. O país andino, inclusive, é um destaque mundial na vacinação: 31% dos chilenos já receberam pelo menos uma dose, 4ª maior marca global.

Israel segue como líder global em vacinações, com 52% da população completamente imunizada. O pequeno arquipélago de Seychelles, por sua vez, vacinou 62% de sua população com pelo menos uma dose.

Seguindo a crítica de Ghebreyesus Adhanom, países pobres como Quênia, Uganda e Afeganistão vacinaram menos de 0,1% de sua população, segundo contagem do New York Times.

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