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De olho na crise, Bradesco lista ações mais resistentes aos cenários de estresse

Banco aponta três focos principais de impacto: variação cambial, crescimento do PIB e dificuldades de crédito

Equipe InfoMoney

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SÃO PAULO – Após estudo sobre o ambiente macroeconômico global, o Bradesco elaborou uma carteira com o objetivo de identificar as ações mais preservadas aos impactos oriundos da crise financeira mundial, ou ao menos com exposição limitada. O banco apontou três focos principais de impacto: a variação cambial, a evolução do PIB (Produto Interno Bruto) e o crédito.

A equipe do Bradesco destaca que as sugestões não constituem uma carteira recomendada, mas que podem ser adicionadas às carteiras, de modo que as empresas selecionadas devem sair da crise com impacto reduzido sobre os seus resultados. E ainda, não centraram a seleção em papéis que possam apresentar valorização no cenário base, mas sim naqueles que possuem um valor atraente, sobretudo nos cenários de estresse.

Os analistas alertam, porém, para o fato de que algumas ações podem ser indiretamente afetadas pelas conseqüências da crise, como a diminuição da procura por bens e serviços. No entanto, o impacto sobre o desempenho das ações selecionadas deve ser limitado, ou aspira recuperação mais rápida.

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Financeiro

No sector financeiro, as instituições selecionadas foram a BMF& Bovespa (BVMF3), Redecard (RDCD3) e Porto Seguro (PSSA3). O Bradesco acredita que as ações desta empresas sejam as fundamentalmente mais isoladas do impacto de um cenário de estresse, devido à sua reduzida dependência do crédito e do crescimento do PIB.

Na análise da BMF& Bovespa, o banco ressalta que a empresa não tem nenhuma exposição negativa ao câmbio e possui uma posição líquida em caixa que traz benefício em um cenário de juros altos. Na mesma linha, os analistas avaliam a posição financeira da Redecard como positiva, o que se mostra favorável em um cenário de restrição de crédito.

Já a Porto Seguro desponta como a mais isolada dos principais impactos da crise listados pelo banco. Além da empresa se beneficiar com o um ambiente de altas taxas de juros após um longo período de pressão sobre os preços dos seguros de automóveis, o segmento está mais estável, permitindo uma melhoria nas margens operacionais.

Energia

Os ativos do setor de energia foram classificados como a fonte mais confiável e estável de rendimentos. Em crise, as empresas que vendem itens de primeira necessidade, e cujo consumo tende a ser menos impactado, assumem a liderança entre as preferências dos investidores.

Neste contexto, os analistas destacaram os papéis da Eletropaulo (ELPL6), AES Tiete (GETI4) e Tractebel (TBLE3) como as empresas em melhores condições de lidar com os potenciais desafios futuros.

Telecomunicações

O setor de telecomunicações, por sua vez, possui uma sensibilidade aos impactos das variações câmbio e da desaceleração do crescimento econômico, especialmente operadoras de telefonia fixa, bastante baixa.

Dependendo da companhia, esta sensibilidade pode variar, embora o setor segue sendo um player defensivo contra a volatilidade nos mercados na visão do banco.

No universo de cobertura do Bradesco, a Vivo (VIVO4) e a Telesp (TLPP4) são vistas como as mais imunes à instabilidade nos mercados. No entanto, o banco salienta que os papéis da Telesp já estão caros em função de sua baixa perspectiva de crescimento e quando comparados com as ações de outras companhias em termos de valorização.

Recursos naturais

Um abrandamento econômico pode influenciar os preços e volume de vendas no mercado de commodities, alertam os analistas. Todavia, o banco realizou inúmeras análises de sensibilidade, nas quais a influência sobre os preços está longe de ser a mais significativa para os resultados de empresas brasileiras produtoras de commodities.

Neste contexto, Klabin (KLBN4) e Usiminas (USIM5) foram selecionadas. Os analistas do banco destacam que, como ambas têm seus negócios voltados para o mercado doméstico, são menos afetadas por um abrandamento macroeconômico global.

Açúcar e etanol

Um menor crescimento do PIB deverá ter pequeno impacto sobre o consumo de açúcar e etanol, avalia o banco. De fato, o consumo de etanol está crescendo a taxas muito elevadas e a desaceleração do crescimento econômico não iria afetar a indústria, especialmente em um ano em que estoques estão particularmente baixos, sugerem os analistas.

No segmento, apontaram a Cosan (CSAN3) como a companhia mais resistente, uma vez que do total de sua dívida, 97% é de longo prazo e 70% denominado em dólares, sendo 93% com vencimento em 2016. Assim, a empresa deverá apresentar um impacto relativamente baixo da variação cambial no seu fluxo de caixa.

Petróleo

Para o setor de petróleo o impacto de uma retração no crescimento econômico sobre o consumo deve ser reduzido, uma vez que a demanda por combustíveis possui baixa elasticidade no curto prazo. No setor, a companhia selecionada foi a Petrobras (PETR4).

No quesito variação cambial, os analistas acreditam que a desvalorização do real seja positiva para a companhia. Segundo os últimos dados publicados, a empresa tinha R$ 41 bilhões em dívida, dos quais 63% denominados dólares. Por outro lado, a Petrobras apresentou R$ 26,9 bilhões em ativos denominados em dólares, o que faz com que a empresa tenha uma exposição positiva ao recuo do real.

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