Cruzeiros suspendem viagens pela costa brasileira até 21 de janeiro após surto de Covid

Medida ocorre 3 dias depois de Anvisa pedir a interrupção das operações; entidade do setor diz que protocolos precisam estar alinhados com autoridades

Dhiego Maia

Cruzeiros Marítimos

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A temporada 21/22 de Cruzeiros Marítimos na costa brasileira foi suspensa temporariamente, nesta segunda-feira (3), devido à incidência de casos de Covid-19 entre passageiros e tripulantes.

A medida foi tomada três depois de a Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) recomendar ao Ministério da Saúde a suspensão provisória dos cruzeiros, após ter identificado aumento de infecções por Covid-19 em algumas embarcações.

Os navios MSC Splendida, atracado no Porto de Santos (SP), e o Costa Diadema, atracado em Salvador, já haviam interrompido as atividades no dia 31 de dezembro, devido a surtos da doença causada pelo coronavírus a bordo.

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A atual temporada, encarada como a que daria o pontapé para a retomada do setor, começou no dia 5 de novembro e seguiria ininterrupta até o dia 18 de abril.

Segundo a CLIA Brasil (Associação Brasileira de Navios de Cruzeiro), a suspensão das atividades ocorreu de forma voluntária e vai perdurar até o dia 21 de janeiro.

Para a entidade, os próximos 18 dias serão necessários para as operadoras de navios e a própria Clia Brasil buscarem um “alinhamento com as autoridades do governo federal, Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], estados e municípios sobre as interpretações e aplicações dos protocolos operacionais de saúde e segurança que haviam sido aprovados no início da atual temporada”, disse, por nota, a associação do setor.

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Os cruzeiros que estão no mar —no momento, dois — vão finalizar os seus itinerários conforme o planejado.

Sem especificar quais foram os problemas enfrentados nas últimas semanas, a entidade informou que duas companhias com navios no país “experimentaram uma série de situações que impactaram diretamente as operações, tornando a continuidade dos cruzeiros, neste momento, impraticável”, afirmou a CLIA Brasil.

“A atual temporada, após o término da suspensão, poderá ser cancelada na íntegra se não houver adequação e alinhamento entre todas as partes envolvidas para possibilitar a continuidade da operação”, complementou a entidade do setor.

Para a Anvisa, dados apontam que a ômicron tem o potencial de se espalhar mais rapidamente do que outras variantes e que a proteção imunológica de vacinas e de casos anteriores de Covid-19 pode não ser tão efetiva.

A recomendação da Anvisa pela suspensão temporária da circulação de navios no país também considerou que, mesmo diante da elaboração de planos de operacionalização para a retomada da temporada de navios no âmbito dos municípios e estados, estabelecendo as condições para assistência em saúde dos passageiros desembarcados em seus territórios e para execução local da vigilância epidemiológica ativa, na prática, têm sido observadas dificuldades impostas pelos entes locais diante da necessidade de eventuais desembarques de casos positivos para Covid-19 em seus territórios.

“A manifestação da agência foi pautada no princípio da precaução, ao priorizar o impedimento da ocorrência de agravo à saúde pela adoção das medidas necessárias à sua proteção”, disse, por nota, a Anvisa.

Segundo a CLIA Brasil, é importante que haja “convergência entre os protocolos dos navios e os acordos feitos com as autoridades”, disse. “Esperamos esclarecer esses acordos para garantir um plano uniforme entre as empresas e as autoridades em todos os níveis”.

A temporada 21/22 tinha a expectativa de atrair cerca de 365 mil turistas e movimentar algo em torno de R$ 1.7 bilhão, com 24 mil empregos gerados, entre diretos e indiretos, antes do anúncio da interrupção das viagens.

Dhiego Maia

Subeditor de Finanças do InfoMoney. Escreve e edita matérias sobre carreira, economia, empreendedorismo, inovação, investimentos, negócios, startups e tecnologia.