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Crise entre Rússia e Geórgia gera 40 mil refugiados e danifica escoamento de óleo

Violência no Cáucaso repercute fim da URSS e prejudica atividades nos principais portos georgianos no mar Negro

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SÃO PAULO – Com as crescentes hostilidades entre Rússia e Geórgia, aumentam as preocupações internacionais quanto à escalada da violência e possíveis efeitos da crise sobre os preços do petróleo, dada a importância da região na distribuição e produção da commodity.

Embora tenha ganhado escala recentemente, a atual crise remonta ao desmembramento da antiga União Soviética, à época integrada pela República georgiana e sua região autônoma – a Ossétia do Sul.

Entenda o conflito

Após a independência da Geórgia no final da década de 1980, a Ossétia do Sul buscou manter sua autonomia em relação ao governo da capital Tbilisi e posteriormente sua independência, o que provocou graves conflitos que geraram acordos de paz intermediados pela Rússia.

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Desde então, a Ossétia do Sul manteve sua autonomia de fato, mas não teve sua independência reconhecida internacionalmente, o que manteve a situação em suspenso até a última semana, quando a Geórgia lançou ofensiva para retomar o controle da região, cuja população é majoritariamente russa.

O governo russo interveio militarmente, potencializando a violência do conflito – que teria deixado 40 mil pessoas em situação de refugiados, além de milhares de mortos e destruição de partes da infra-estrutura da região.

Rota de passagem

Localizada na instável região do Cáucaso, a Geórgia desempenha papel importante na distribuição do petróleo produzido no Azerbaijão e no Cazaquistão por meio de um oleoduto e de seus portos no mar Negro, alimentando o consumo de países europeus.

De acordo com agências internacionais, os portos de Supsa e Batumi operam parcialmente, enquanto o de Poti deixou de operar completamente, prejudicando o escoamento que já se encontrava limitado por problemas no oleoduto em território da vizinha Turquia, desde a última semana.

Insegurança

Embora a capacidade operacional dos portos não tenha sido afetada pelo conflito, fontes afirmam que os estivadores não se sentem seguros para ancorar neles, causando acumulação de alguns carregamentos. Apenas o porto de Batumi movimentaria cerca de 200 mil barris de petróleo por dia.

Por outro lado, os países produtores mantêm o escoamento por meio de outros dutos, assim como autoridades russas informaram não ter por alvo as linhas de abastecimento, o que serve para aliviar os temores de quebra no fornecimento do óleo.

Soluções para a crise

Nesta segunda-feira (11), o presidente georgiano Mikhail Saaskashvili, cujo governo é tido como o maior aliado dos Estados Unidos no Cáucaso, assinou documento comprometendo-se com um cessar-fogo, estimulado pelos chanceleres de França e Finlândia, que levarão o documento até a Rússia, cujas autoridades deram sinais contraditórios quanto ao encaminhamento da crise.

No entanto, a presença militar russa na região deve manter-se, em função dos conflitos entre o governo central da Geórgia e outra província separatista – a Abkházia.