Débito automático: praticidade ou armadilha?

Recurso pode ser boa ferramenta para quem sabe se organizar, mas especialistas fazem alertas    

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – O débito automático é uma ferramenta bastante útil para automatizar o processo de pagamento. Considerando que não há escapatória das contas no fim do mês, o recurso é bastante utilizado por oferecer praticidade. 

Mas é preciso prestar atenção ao optar por utilizar o recurso para não cair em armadilhas. Carol Sandler, planejadora financeira e criadora do canal Finanças Femininas, indica o débito automático apenas para contas recorrentes.

“É ideal para garantir que não vai atrasar no pagamento de certas contas como TV a cabo, pacote de celular, telefone e outras. É um recurso de conveniência e você não corre o risco de esquecer de pagar as contas”, diz.

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Por outro lado, por mais que facilite o dia a dia, o débito automático também tem suas desvantagens e pode ser um risco para a vida financeira – se não for bem administrado.

“O problema é que a pessoa pode perder o monitoramento sobre determinado consumo e/ou pode pagar por algo que não usou porque não vai conferir o extrato. Não são incomuns contas exageradas pagas em débito automático”, explica Mauro Calil, fundador da Academia do Dinheiro.

Sandler complementa que o risco da pessoa realmente colocar contas demais no débito automático é grande.”Pode corroer seu gasto mensal e quem não tem o controle completo do orçamento, pode ficar com aquela sensação ‘para onde foi meu dinheiro’”, diz.

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Outra desvantagem é o esquecimento. “Se por um lado você não deixa de pagar as contas, por outro, colocar muitas despesas no débito automático por ter o efeito contrário: você nem lembra da existência delas. Ou seja, as contas vão sendo pagas e vão passando de ‘forma invisível’ basicamente porque não exige esforço do consumidor”, diz. Isso aumenta o risco de pagar por algo que já não é mais útil.

Por fim, Calil afirma que não existe um limite de valor para considerar pagar a conta por débito automático ou não.

“O limite aqui não é financeiro, afinal as contas chegarão sendo ou não no débito automático. O risco é comportamental. É o mesmo que nunca olhar seu extrato bancário e se deparar com um monte de tarifas que você nem sabe do que se trata”, diz. 

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Como habilitar o débito automático? 

Caso opte pelo débito automático, o cliente tem alguns caminhos a seguir, normalmente bem intuitivos.

“A própria empresa para a qual o consumidor vai pagar pode fornecer um número para que ele faça o cadastro no internet banking do seu respectivo banco, ou o próprio internet banking já oferece algumas opções de empresas para cadastro de débito automático e o consumidor se cadastra com o CPF”, explica a planejadora financeira.  

Operadoras de celular, por exemplo, oferecem a opção para fazer o cadastro do débito automático no site da empresa mesmo. Basta informar os dados bancários e registrar a conta via débito automático. 

Além disso, todas as informações vêm na parte de baixo do boleto. “Quando o débito automático é cadastrado o consumidor recebe as contas com o aviso que as mesmas estão sendo pagas por meio desse recurso”, diz.

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.