5 promessas de ano novo que podem fazer você perder dinheiro

A falta de comprometimento com os objetivos se torna um problema ainda maior quando envolve prejuízo financeiro   

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – A virada do ano sempre marca as famosas promessas para mudar o estilo de vida ou realizar sonhos. Ter hábitos mais saudáveis, equilibrar vida pessoal e profissional e guardar dinheiro estão na lista de muitas pessoas.

A verdade, porém, é que várias das resoluções de ano novo não são cumpridas. Segundo um artigo de Aquiles Mosca, professor de finanças comportamentais, publicado no Valor, uma pesquisa feita com cidadãos americanos mostra que 80% das resoluções de ano novo fracassam até fevereiro. 

Mas, pior do que não conseguir alimentar-se melhor ou fazer exercícios físicos, é que planejar e não cumprir as promessas de ano novo pode gerar prejuízos financeiros.  

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A pedido do InfoMoney Mauro Calil, fundador da Academia do Dinheiro, e Carol Sandler, educadora financeira e criadora do canal a Finanças Femininas, elaboraram uma lista com cinco decisões de ano novo que podem fazer você perder dinheiro. 

“Vale dizer que as resoluções de ano novo são bem intencionadas. Mas tem que tomar cuidado no geral com toda decisão. Qualquer resolução pode trazer prejuízo e tudo depende de como a pessoa vai fazer e cumprir suas promessas”, afirma Sandler.

Confira o que você promete em janeiro e pode gerar prejuízo nos outros 11 meses do ano:

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Matricular-se na academia

Fazer exercícios físicos certamente está no top 3 das resoluções de ano novo. Mas, ao fechar um plano de academia, que é a forma mais comum de começar a nova rotina, é preciso ter atenção.

“Quando se faz um plano, as pessoas são seduzidas a contratar a opção anual, que sai mais barata (o usuário paga o equivalente 10 meses em relação ao mensal, geralmente). Nesse plano anual é importante ver se você tem 30  dias de férias, se pode interromper o plano a qualquer momento, entre outros detalhes”, orienta Calil. 

Ele explica que entrar na academia pode um investimento ruim. “Muitas pessoas perdem dinheiro, basicamente porque fecham esse plano e não vão regularmente à academia – ficam pagando sem utilizar”, afirma.

Antes de pagar, você deve se perguntar se realmente vai conseguir cumprir a ida recorrente à academia. A disciplina é importante para não perder dinheiro. Além da mensalidade, matrícula e taxa de manutenção, às vezes, há ainda mais custos que incluem compra de roupas, novos tênis e outros acessórios. Se você fizer todas as compras e usar as peças por apenas um ou dois meses, não vale o dinheiro gasto.

Se é um dos candidatos a desistir da academia, uma alternativa é simplesmente se exercitar em casa ou em locais públicos, como parques. Também vale buscar planos mensais e tentar negociar para pagar menos. 

Fazer dietas da moda

Melhorar os hábtiso alimentares é, claro, algo positivo. O problema é quando você começa a transformar sua rotina sem fazer cálculos. Dietas populares que prometem milagres e ajudam as pessoas a perderem muitos quilos podem ser uma armadilha para o seu bolso.

“É preciso avaliar o quanto de ganho versus quanto você vai gastar com a nova lista de alimentos funcionais que deverá comprar para o processo de emagrecimento. Eles custam mais caro. Avalie o custo-benefício”, afirma Calil.

Sandler lembra que os produtos alimentares e dietéticos são realmente mais caros. “Em geral, é melhor e mais barato comprar verduras, legumes e proteínas”, diz. No longo prazo, essas dietas podem sair bem caras para o bolso – e nem sempre você atinge seus objetivos.

Financiar um carro

A expectativa de retomada da economia tem levado muitas pessoas a comprar, ou a querer comprar, um carro. “Mas não têm dinheiro na mão e optam por um financiamento de quatro anos, por exemplo”, diz Calil.

Para ele, o financiamento é “uma péssima opção: você compra um carro, no fim do contrato você vai ter pago dois e seu veículo vai estar valendo meio. Essa é a matemática”, afirma Calil.

Segundo ele, para não perder dinheiro, você deve pensar primeiro se realmente precisa trocar de carro. “Se o modelo estiver dando muito problema, com gastos de R$ 1 mil por mês na oficina, por exemplo, até faz sentido. Em vez de gastar essa quantia em manutenção, é possível pagar até menos que esse valor na prestação de um novo veículo”, explica. 

Por outro lado, se esse não for o caso, é mais prudente guardar dinheiro por um período e dar uma entrada alta, que pode variar de 60% até 80% do veículo, para diminuir as prestações. “Pagar juros nunca é uma boa opção”, diz Calil.

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Viajar mais

Fazer uma viagem, ou “viajar mais”, também entra em muitas listas de resoluções – e não há nada de errado nisso. Mas Sandler explica que financiar os gastos pode se transformar numa cilada. 

“Parcelar tudo em 10 vezes no cartão pode ser ruim. Sem organização, as pessoas se empolgam e não fazem o planejamento financeiro com o cuidado que merece. Vão parcelando tudo e, a partir disso, uma viagem pode se transformar em um mega rombo financeiro”, diz.

O ideal é não fazer dívidas muito longas. “Espere um pouco mais, mas junte dinheiro para pagar o máximo de coisas possíveis em uma única vez ou parcele a passagem aérea e pague o resto dos itens sempre à vista”, afirma Sandler.

Comprar um imóvel

Por último, outro plano comum é realizar o sonho da casa própria. O brasileiro tem crença de que ter a casa própria traz mais segurança financeira – o que nem sempre é verdade.

“Comprar um imóvel sem comparar o valor do aluguel e ver o que compensa mais pode ser ruim do ponto de vista financeiro, e em  proporções significativas, já que é uma grande despesa”, explica Sander. Além disso, vale lembrar que financiar o imóvel só rende mais dívidas devido aos altos juros e requer ainda mais cautela.

Quando se trata de moraria, a dica é sempre comparar o que vale mais a pena financeiramente, a compra ou o aluguel. Para ver as vantagens e desvantagens de comprar e alugar, clique aqui.

“Na prática, tudo o que você paga e não usa ou paga e não traz um benefício grande é desperdício de dinheiro e da sua energia”, afirma Calil. Por isso, ainda que seja ótimo fazer planos para mehorar a vida, é preciso ter disciplina para cumpri-los. Ou você pode terminar o ano pior do que começou. 

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Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.