Como o Fleury compensou a queda na receita com diagnósticos de Covid e o que o grupo diz sobre a aplicação da vacina

Testes PCR e sorologia chegaram a ser 12% da receita total do grupo, caíram para 8,3% na metade do ano e, agora, são 6%

Anderson Figo

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SÃO PAULO — Com o avanço da vacinação e o arrefecimento da pandemia, o número de testes RT-PCR e sorologia para o diagnóstico da Covid-19 no país diminuiu. Assim, a representatividade desse tipo de serviço na receita do Grupo Fleury (FLRY3) caiu de 8,3% na metade do ano para 6% ao final do terceiro trimestre. No auge da pandemia, chegou a ser 12%.

Mas isso não representa um problema. Para Jeane Tsutsui, CEO do Fleury, é algo natural que aconteça diante do menor número de casos agudos da doença no Brasil. Segundo ela, houve uma compensação com o crescimento de 9% dos exames de análises clínicas na comparação anual e de 16% do volume de exames de imagem. Houve avanço inclusive em comparação a 2019, ano pré-pandemia.

“O que isso quer dizer? Quer dizer que os pacientes com doenças crônicas voltaram a se cuidar. Quer dizer que nós temos uma série de acompanhamentos periódicos que voltaram a ser feitos com o avanço da vacinação e com as pessoas circulando mais. Infelizmente, também há pacientes que tiveram Covid aguda e, depois de curados, permanecem com doenças crônicas, que demandam exames clínicos e de imagem para acompanhamento”, disse a executiva em live do InfoMoney.

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A live faz parte do projeto Por Dentro dos Resultados, em que o InfoMoney entrevista CEOs e diretores de importantes companhias de capital aberto, no Brasil ou no exterior. Eles falam sobre o balanço do terceiro trimestre de 2021 e sobre perspectivas. Para acompanhar todas as entrevistas da série, se inscreva no canal do InfoMoney no YouTube.

Jeane citou ainda que o avanço do lucro, receita e Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) do Fleury no terceiro trimestre também se apoiou no crescimento de outros serviços “non core”, ou seja, que não estão ligados e exames diagnósticos, como ortopedia, oftalmologia, fertilidade e infusão de medicamentos — essa área já representa 7,8% da receita total do grupo.

Quanto à vacina da Covid, a executiva voltou a dizer que espera que em algum momento ela seja liberada para que os laboratórios privados possam aplicá-la de forma paga, assim como já ocorre com a vacina contra a gripe comum. Enquanto isso não acontece, “o Fleury tem feito a lição de casa”, conta. Unidades que não ofereciam o serviço de vacinação foram reestruturadas para que possam disponibilizá-lo.

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A CEO do Fleury destacou também que um dos pilares da estratégia do grupo é fortalecer a plataforma Saúde ID, pela qual os clientes podem pagar por serviços avulsos na área de saúde, inclusive mais de 50 tipos de cirurgia. “É um modelo inovador porque é asset light. Não precisamos ter hospitais para oferecer cirurgias, por exemplo. É feito via parcerias”, diz.

Jeane comentou ainda sobre a mais recente aquisição do Fleury, do laboratório pernambucano Marcelo Magalhães, a segunda maior compra do grupo, que custou quase R$ 385 milhões e ainda aguarda aprovação do Cade. Ela diz que o Fleury segue avaliando possíveis novos negócios.

A executiva falou também sobre remuneração ao acionista via dividendos e por que o grupo descontinuou o guidance de abertura de novas unidades de 2016. Assista à live completa acima, ou clique aqui.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.