Comércio defende regulação do setor de cartões pelo Poder Legislativo

O presidente da CNDL critica BC e diz que setor encaminhará pedido ao Congresso Nacional pedindo a regulação

Camila F. de Mendonça

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SÃO PAULO – O presidente da CNDL (Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas), Roque Pelizzaro Júnior, afirmou, na terça-feira (11), que os representantes do segmento devem encaminhar pedido ao Congresso Nacional para que seja feita a regulação do setor de cartões de crédito.

“Depois que o Banco Central declarou sua incompetência para tratar do assunto, a solução é fazer uma regulação do setor pelo Poder Legislativo, a exemplo do que ocorre com as áreas mais importantes da economia”, afirmou Pelizzaro, de acordo com a Agência Brasil.

Custos pesam no caixa
Para o presidente da confederação, a regulação deve ser feita, uma vez que 18% de todas as transações efetuadas no País ocorrem por meio dos cartões. Apesar disso, os custos da moeda de plástico ainda são os mais altos do mundo, enfatizou Pelizzaro.

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De acordo com ele, o cartão representa cerca de 10% dos gastos dos lojistas. Por conta disso, ele ressalta que no Brasil é impossível não embutir juros nas transações com cartão de crédito. “É uma ilusão pensar que um pagamento com cartão não embute juros”, reforça.

Quanto maior o prazo de parcelamento da compra, maior é o risco de inadimplência. Por isso, os juros nessa situação são ainda maiores. “O comerciante sempre embute o juro na divisão de parcelamentos, senão ele quebra”, afirmou, ainda de acordo com a Agência.

Diferenciação de preços
Para Pelizzaro, o consumidor tem mais facilidade de reduzir os preços quando paga à vista no varejo. Essa é uma das justificativas utilizadas pelo comércio para defender a diferenciação dos preços dos produtos, quando eles são pagos com cartão de crédito.

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Na semana passada, o Banco Central divulgou uma versão do Relatório da Indústria de Cartões de Pagamento, no qual defende a prática de preços diferentes para itens pagos à vista com dinheiro ou com cartão.

Para a instituição, a diferenciação seria benéfica aos consumidores, uma vez que possibilita que eles paguem um valor menor, quando o pagamento é feito com dinheiro. Além disso, o BC argumenta que essa prática poderia estimular a concorrência entre as bandeiras de cartões.

Os órgãos de defesa do consumidor, porém, repudiaram a orientação do BC. Para eles, nada garante que, de fato, os lojistas praticarão um preço menor para os pagamentos com dinheiro.

Além disso, eles argumentam que portarias e despachos dos ministérios da Justiça, por meio do DPDC (Departamento de Proteção e Defesa do Consumidor), e da Fazenda já estabeleceram que pagamento com cartão em uma única vez é considerado à vista. Dessa forma, os comerciantes não podem embutir qualquer tipo de taxa nessa transação.

Os órgãos ainda ressaltam que a briga entre comerciantes e administradoras relacionadas aos custos dos cartões não devem envolver os consumidores.