Com fusão, Itaú e Unibanco responderão por um terço das emissões de cartões

Novo banco será responsável por emitir 33,5 mi de plásticos; com ganho em escala, é possível oferecer novas condições

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SÃO PAULO – A fusão dos bancos Itaú e Unibanco fará surgir o maior emissor de cartões de crédito do País, com 33,5 milhões de plásticos, o que representa um terço deste mercado.

De acordo com dados da Boanerges & Cia. Consultoria em Varejo Financeiro, os bancos estavam na terceira (Unibanco) e na quarta (Itaú) posições no mercado de cartões de crédito, com 17,3 milhões e 16,2 milhões de plásticos emitidos, respectivamente, mas passarão para a primeira colocação depois da fusão.

“O novo banco representa um agente de grande peso no mercado de cartões de crédito, mas não dominante, porque não tem mais de metade de participação. A concorrência continua”, afirmou o sócio-diretor da consultoria, Boanerges Ramos Freire.

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Conseqüências

O sócio-diretor afirmou que a fusão significa que o novo banco terá condições de fazer coisas que antes não conseguia ou não interessava. “Podem surgir novos produtos, serviços, porque agora eles ganharam em escala”, disse.

Abaixo, é possível analisar como estes bancos saíram ganhando no mercado de cartões de crédito, com a fusão:

Antes da fusão
Posição Banco Emissões (cartões)
Banco do Brasil 23,7 milhões
Bradesco 19,7 milhões
Unibanco 17,3 milhões
Itaú 16,2 milhões
Santander/Real 7,5 milhões
Depois da fusão
Posição Banco Emissões (cartões)
Unibanco/Itaú 33,5 milhões
Banco do Brasil 23,7 milhões
Bradesco 19,7 milhões
Santander/Real 7,5 milhões

Fonte: Boanerges & Cia. Consultoria em varejo Financeiro; data base: primeiro semestre de 2008

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Impacto ao cliente

Conforme disse Boanerges, em um primeiro momento, a fusão não representa nenhuma mudança para os possuidores de cartões de crédito de ambos os bancos. “Essa é a orientação geral dos bancos. Todas as operações, procedimentos e produtos continuam normalmente. Com o tempo, porém, é possível esperar mudanças”.

Isso porque, de acordo com o sócio-diretor, um banco maior pode aproveitar o que há de melhor nas duas instituições anteriores. “Não é possível falar quando, mas haverá uma sinergia”.

Questionado sobre a política de cobrança de tarifas e de taxas de juros, Boanerges afirmou que não necessariamente haverá uma fusão. Ele acrescentou que, nos bancos, já há uma segmentação das cobranças, por faixa de renda, tempo de relacionamento do cliente, tipo de produto. A união destas políticas dependerá das estratégias do banco.