Cielo segue como preferência do Safra, mas com recomendação neutra

Banco revisa estimativas para adquirentes e eleva preço-alvo para ações da Cielo; recomendação para Redecard é underperform

Lara Rizério

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SÃO PAULO – Em um cenário com níveis de MDR (taxa de desconto líquida) ligeiramente menores e receita maior com aluguel de máquinas de cartão – chamadas de POS (Point of Sale) – o Safra revisou as estimativas para as companhias adquirentes, incorporando também os resultados do segundo trimestre.

De acordo com os analistas Francisco Kops e Rafael Ferraz, a Cielo (CIEL3) continua sendo preferida à Redecard (RDCD3) no médio a longo prazo. Entretanto, devido ao valuation caro das ações da primeira companhia, Kops e Ferraz seguem com a recomendação neutra para os papéis, elevando o preço-alvo de 2013 para R$ 66,70, ante target anterior de R$ 55,70. Esse novo target configura um potencial de valorização de 14,21% em relação ao fechamento de sexta-feira (24). 

Redecard: risco se OPA não for realizada
Já para a Redecard – que terá o período de adesão à OPA (Oferta Pública de Aquisição) até o dia 21 de setembro – a recomendação segue underperform (desempenho abaixo da média do mercado), com preço-alvo de R$ 37,70 por ação – o que configura num potencial de valorização de 11,51% em relação ao mesmo período.

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Com relação à oferta pública do Itaú pela Redecard, os analistas também não viram mudanças importantes em relação à oferta anterior, com o preço de R$ 35,00 mantido. Além disso, avaliam, nenhuma ação será comprada a não ser que dois terços dos acionistas minoritários aceitem a oferta, aumentando assim o risco para os investidores dispostos a comprar as ações no momento.

“Considerando-se a oferta de preço do Itaú equivalente a R$35,00, acreditamos que a atual valorização é menor que a possível desvalorização caso a oferta pública não seja aprovada. Portanto, mantemos nossa recomendação para as ações”, afirmam os analistas.

Prêmio justo
A Cielo está sendo negociada a uma relação de 16,2 vezes o preço da ação sobre o lucro, com um prêmio de 20% em relação à Redecard. Para Kops e Ferraz, este prêmio é justo, devido à percepção  de um melhor alinhamento entre os acionistas minoritários da Cielo e bancos controladores e ao maior crescimento esperado. 

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Dentre as razões para o maior crescimento, os analistas destacam a maior capilaridade através dos bancos e a posição mais forte com produtos alternativos, como pagamentos online, além de uma plataforma de TI (Tecnologia da Informação) e uma posição mais independente, devendo favorecer parcerias futuras com bancos menores.

Ainda de acordo com Kops e Ferraz, a recente agressividade da Redecard pode levar a mais redução do MDR. Para os analistas, há indicações de que a Redecard vem recuperando parte do market share perdido para a Cielo nos últimos trimestres.

“Embora vejamos esse movimento não necessariamente prejudicando os níveis de MDR do segmento no momento, não descartamos quedas mais fortes nas taxas de desconto líquidas, caso a Cielo contra ataque”, avaliam os analistas.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.