Gastos de brasileiros com cartões terão 6ª desaceleração seguida em 2015

Desde 2003, o segmento de meios de pagamento eletrônicos vem exibindo expansões anuais ao redor de 20%

Reuters

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Por Aluísio Alves

SÃO PAULO (Reuters) – Os gastos de brasileiros com cartões de crédito e de débito terão em 2015 o sexto ano consecutivo de desaceleração, estimou nesta quarta-feira a entidade que representa o setor, Abecs, refletindo o continuado ciclo de fraco crescimento econômico do país.

Segundo o presidente da instituição, Marcelo Noronha, o segmento ainda deve continuar se favorecendo do movimento histórico de migração de instrumentos como cheque e dinheiro para meios eletrônicos nas compras.

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“Ainda há grandes oportunidades com o maior uso de tecnologias, como pagamentos móveis”, disse Noronha a Reuters.

Ainda assim, o crescimento do volume financeiro previsto para o ano que vem é de 15 por cento, menor que os 17,1 por cento previstos para este ano, já o menor em cinco anos.

Desde 2003, apoiado na combinação de maior crescimento do país e aumento da renda das famílias, o segmento de meios de pagamento eletrônicos vem exibindo expansões anuais ao redor de 20 por cento. Em 2013, a alta foi de 17,8 por cento.

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Mas atingir a estimativa de movimentação neste ano vai ser um desafio para o setor. No acumulado de 12 meses até setembro, a expansão foi de 13,2 por cento, divulgou a Abecs, com dados preliminares. Segundo o executivo, o desempenho refletiu a economia fraca e também as restrições impostas pelo governo federal a compras no exterior, com uma alíquota maior do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF).

Segundo a entidade, em setembro houve maior uso de dinheiro, usado para pagar 39 por cento das compras ante 31 por cento no fim de 2013. Os cartões de crédito, que representavam cerca de 50 por cento do total, caíram para 44 por cento em setembro.

Agora a aposta é de que as vendas de Natal, no trimestre mais importante do ano, ajudem o setor a alcançar a previsão de atingir a inédita marca de 1 trilhão de reais em volume transacionado.

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Mesmo se não atingir o alvo, o setor ainda é um dos poucos a exibir expansão numa economia que deve ter crescimento perto de zero. Vários segmentos, como automotivo, bancário, materiais de construção e siderurgia, tem reduzido seguidamente as projeções setoriais para este ano, acompanhando a frágil atividade da economia do país.

Maranhão diz que a Abecs trabalha com cenário de crescimento econômico maior do país em 2015. Mas a instituição preferiu ser moderada nas previsões. “Trabalhamos com projeções conservadoras”, disse Maranhão.