Carteira olímpica: Isaquias Queiroz e Érica Sena podem ajudar o Brasil a bater recorde de medalhas em Tóquio

Representante da canoagem ficou em 4º lugar na disputa em duplas e agora quer pódio individual, já a atleta pode marcar seu nome na marcha atlética

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Érica Sena, atleta brasileira da marcha atlética (Instagram/Reprodução)

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No antepenúltimo dia da Olimpíada de Tóquio, o Brasil já conseguiu igualar a quantidade de medalhas conquistadas na Rio-2016, com 19 pódios, recorde histórico. Mas ainda há chance de o país quebrar esse patamar até domingo (8).

A carteira olímpica traz os potenciais medalhistas do Brasil no Japão — que seriam as blue chips se estivessem na Bolsa. Desde antes primeiro dia do evento, apresentamos os atletas que, se fossem ativos, chegariam com preços em alta e tendência de disparada, ou até mesmo ativos com excelente potencial, mas com preço ainda descontado.

Acertamos várias calls que trariam excelente retorno, mas não escapamos de alguns erros. Isso ocorre porque as Olimpíadas, assim como o mercado financeiro, possuem alta volatilidade e geram emoções e tristezas, ficando muito difícil fazer qualquer tipo de previsão.

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Com poucos esportes individuais restando e com os coletivos chegando às fases finais, o Brasil tem apenas duas possibilidades de medalhas nesta sexta-feira (6). A principal chance está com Isaquias Queiroz na canoagem. A outra vem da marcha atlética, com Érica de Sena.

Os atletas Isaquias Queiroz e Jacky Godmann durante prova final C2 1.000m (Wander Roberto/COB)
Os atletas Isaquias Queiroz e Jacky Godmann durante prova final C2 1.000m (Wander Roberto/COB)

Isaquias Queiroz (canoagem)

Já falamos sobre Isaquias Queiroz na segunda-feira (2), mas vale um novo resumo. Se fosse um ativo, o baiano que compete na canoagem velocidade seria aquela empresa que explodiu na Bolsa após realizar seu IPO.

Desconhecido pela maioria dos brasileiros até os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro em 2016, o baiano de Ubaitaba se tornou em um fenômeno da canoagem velocidade, a ponto de ter se tornado o brasileiro que mais medalhas conquistou em uma só edição dos Jogos Olímpicos.

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Foram três, sendo duas de prata e uma de bronze. Além disso, o canoísta ostenta 13 medalhas em campeonatos mundiais em diferentes provas. No Japão, disputou uma prova em duplas e agora compete em uma individual.

Nos Jogos Olímpicos de Tóquio 2020, poderia igualar a marca histórica de cinco pódios olímpicos dos velejadores Robert Scheidt e Torben Grael, e se tornar recordista em medalhas olímpicas representando o Brasil.

Se fosse um ativo, poderíamos dizer que Isaquias entrou nos Jogos Olímpicos com o preço alto, mas com chances de crescimento ao longo da competição.

Sua primeira prova foi a disputa do C2 1000m (prova realizada em duplas na canoa — daí o nome C2). Nela, Isaquias chegou ao lado de Jacky Godman como candidato ao pódio, mas acabou ficando em quarto lugar.

Duas razões podem explicar o resultado. A primeira diz respeito aos rivais. Os cubanos Seguey Madrigal e Fernando Jorge Enriquez remaram demais para levar o ouro, assim como os chineses Liu Hao e Zheng Pengfe fizeram para levar a prata e os alemães Sebastien Brendel e Tim Hecker o bronze.

Pesou também o fato de que a dupla com Jacky Godmann foi formada às pressas para disputar os Jogos Olímpicos no Japão. O principal parceiro de Isaquias Queiroz é Erlon de Souza, com quem foi prata na Rio-2016, mas que ficou fora dessa edição por conta de uma lesão no fêmur.

Novamente traçando um paralelo entre o atleta e o ativo, poderíamos dizer que esse seria um momento bom para a sua compra. Com o quarto lugar no C2 1000m, é possível dizer que muitos investidores sem paciência buscariam se livrar dele o mais rápido possível, sem saber que o melhor de Isaquias ainda está por vir.

Na prova individual do C1 1000, Isaquias Queiroz é o atual campeão mundial. A prova foi realizada em abril de 2019 e foi uma prévia da Olimpíada de Tóquio.

O resultado não foi esporádico e é fruto do belo trabalho realizado no ciclo olímpico. Tanto em 2017 quanto em 2018, Isaquias Queiroz saiu dos campeonatos mundiais com a medalha de bronze no C1 1000m. O pódio foi exatamente o mesmo nos dois anos.

Ouro para o alemão Sebastian Brendel, que já havia o derrotado na Rio-2016 e que dá nome ao filho do baiano, e prata para o tcheco Martin Fuksa. Em 2019, finalmente veio o título mundial na distância, vencendo o polonês Tomasz Kaczor e o francês Adrien Bart. Brendel e Fuksa ficaram em 4º e 5º lugar, respectivamente.

Depois de quase dois anos sem competir por conta da pandemia, os atletas da canoagem velocidade participaram em maio da Etapa da Hungria da Copa do mundo, Isaquias Queiroz levou a prata no C1 1000m. Na prova, venceu tanto a classificatória, como a semifinal.

Na grande final, se recuperou após uma largada não tão forte e terminou na segunda colocação, ficando atrás apenas do alemão Conrad Scheibner, que também estará nos Jogos de Tóquio.

A não conquista da medalha com Jacky Godman deve motivar ainda mais Isaquias a fazer uma boa prova em Tóquio. Soma-se ainda o desejo do baiano de homenagear o espanhol Jesus Morlán, ex-técnico e gênio da canoagem velocidade que faleceu em 2019 em decorrência de um câncer.

As quartas de final ocorrem às 23h30 desta quinta-feira (do horário de Brasília). Se avançar, as semifinais começam na sexta-feira, a partir das 23h. A disputa valendo medalha será um pouco mais tarde, às 23h30.

Érica Sena, atleta brasileira da marcha atlética (Instagram/Reprodução)
Érica Sena, atleta brasileira da marcha atlética (Instagram/Reprodução)

Érica Sena (marcha atlética)

Se Isaquias é uma verdadeira blue chip da Bolsa Olímpica brasileira, o mesmo não pode se dizer de Érica de Sena. A atleta da marcha atlética 20km nunca foi medalhista de grandes competições como mundiais e Jogos Olímpicos, mas é uma boa opção que pode surpreender e ter o preço com valorização a partir de amanhã.

Érica de Sena é uma das melhores do mundo na prova dos 20 km. A pernambucana de Camaragibe foi 4ª colocada nos dois últimos Mundiais e também 4ª no Mundial de Marcha Atlética em 2018.

Para melhorar sua preparação, Érica Sena se mudou, em 2011, para Cuenca, no Equador, onde mora até hoje com o marido e treinador, o equatoriano Andrés Chocho. Com os treinos na altitude, melhorou seu nível e se tornou uma das maiores marchadoras do mundo. O equador é um país referência na marcha atlética.

A pernambucana esteve entre as quatro primeiras colocadas nas quatro últimas copas do mundo, sendo bronze em 2016, além de ter um sétimo lugar na primeira Olimpíada disputada, a Rio-2016. Tem, ainda, duas medalhas de Jogos Pan-Americanos, prata em Toronto-2015 e bronze em Lima-2019, e chegou na capital japonesa como a sétima do mundo no ranking da World Athletics, bem próxima das três que estavam à sua frente.

Neste ano, provou estar bem. Em março, participou como convidada da prova dos 35 km do Campeonato Nacional de Marcha Atlética do Equador, na cidade de Macas. De quebra, fez a melhor marca sul-americana com 2h51min11s.

A prova de Tóquio será muito aberta em função do forte calor. Ontem, o brasileiro Caio Bonfim chegou na 13ª colocação, à frente de vários medalhistas mundiais e olímpicos. A previsão para a prova feminina, que ocorre a partir das 4h30 da sexta-feira (do horário de Brasília) em Sapporo, cidade localizada a 1000km de Tóquio, é de calor intenso novamente e sol a pino.

O favoritismo é todo das chinesas. Liu Hong é o principal nome da equipe. Ela foi bronze em Londres-2012, bronze no Mundial de 2013 e aí só ouros, com o título no Mundial de 2015 e o ouro olímpico na Rio-2016. Hong tirou uma pausa nas competições para engravidar e voltou com tudo no Mundial de 2019, em Doha. As europeias também devem dar trabalho.

Como vimos ontem na prova masculina e em vários esportes durante as Olimpíadas, favoritismo não é garantia de medalha. Se Érica estiver num dia bom, é capaz de trazer a primeira medalha da história da marcha atlética para o Brasil. Isso faria com que seu preço extremamente descontado no momento subisse de maneira significativa.

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