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SÃO PAULO – Ter um carro próprio é um sonho que muitos brasileiros acalentam, principalmente os que vivem nos grandes centros urbanos, onde depender de transporte público está cada vez mais difícil. Greves, atrasos e super-lotação estão entre as dificuldades que a população enfrenta no uso destes serviços.
Diante desta situação, até mesmo as pessoas de menor poder aquisitivo, tentam de tudo para comprar seu carro próprio. Os financiamentos até existem, mas chegam a ser mais caros do que o cartão de crédito. A razão para os juros abusivos deste tipo de financiamento deve-se, de acordo com as empresas que trabalham neste segmento, ao alto índice de inadimplência.
Apesar da possibilidade de retomada do veículo em caso de inadimplência, em geral o que acontece é que o proprietário não podendo arcar com as prestações, acaba largando o veículo que sofre forte depreciação com a falta de manutenção.
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Caixa pretende apostar no segmento
Apesar disto, a Caixa Econômica Federal está estudando a possibilidade de entrar neste mercado de financiamento de carros para população de baixa renda.
Nesta semana, o ministro do Desenvolvimento, Sergio Amaral, se reuniu com o presidente Fernando Henrique e alguns representantes do Sindicato Nacional da Indústria de Autopeças (Sindipeças) para discutir esta possibilidade. Somente depois que a Caixa terminar seu estudo é que o Governo decidirá se o financiamento será ou não aprovado.
De acordo com a proposta do Sindipeças, o governo ofereceria títulos do Tesouro à população carente durante 36 meses, sendo que estes títulos não seriam remunerados, permitindo que o Governo se capitalize sem pagar juros a estas pessoas. Terminado este prazo, as pessoas que investiram nos títulos receberiam uma carta de crédito para comprar seu carro.
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De certa forma, funciona como uma poupança programada, sendo que não são pagos juros ou correção, por outro lado, o carro sairia a um preço mais baixo, pois se beneficiaria da isenção de alguns impostos, ainda não definidos.