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SÃO PAULO – Durante a primeira audiência de julgamento, realizada na terça-feira (06), o brasileiro Milton Higaki admitiu ter sido o autor do atropelamento que matou a estudante japonesa Mayumi Ochiai, mas alegou que o acidente foi inevitável e que fugiu do Japão por temer um tratamento discriminatório.
Conforme veiculou o jornal local Asahi Shimbum, Higaki declarou que atropelou a jovem de 16 anos quando tentava ultrapassar um veículo na estrada. Mais tarde, em uma coletiva de imprensa, o descendente de japoneses pediu desculpas aos familiares da vítima, por não tê-la socorrido, e aproveitou para explicar os motivos de sua fuga, logo após o acidente. “Por ser um gaijin (estrangeiro), eu sofreria discriminação no Japão. Eu não teria um julgamento justo lá”, afirmou.
Pena de seis anos
Higaki é o primeiro brasileiro que cometeu um crime no Japão julgado por procuração judicial. Não há acordo de extradição entre este país e o Brasil.
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O acidente ocorreu em 26 de julho de 1999, enquanto Higaki viajava pela Rota 152, dirigindo uma picape emprestada de seu amigo. Depois do acidente, o brasileiro fugiu, sem prestar ajuda à vítima e veio para o Brasil.
O promotor responsável pelo caso, Mario Sarrubo, espera que a decisão da Justiça saia dentro de um ano, com o esforço de cooperação entre os governos dos dois países envolvidos. Higaki está sendo julgado de acordo com a legislação de trânsito brasileira, a qual prevê pena máxima de seis anos de prisão para o tipo de crime cometido por ele.