Publicidade
SÃO PAULO – O Brasil possui a segunda pior distribuição de renda do mundo, apresentando situação melhor apenas que a observada em Serra Leoa, de acordo com a pesquisa “Radar Social”, divulgada nesta quarta-feira (1º) pelo Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), órgão ligado ao Ministério do Planejamento.
Embora nos últimos anos o País tenha avançado em algumas áreas sociais, como educação, saúde e combate à pobreza, as disparidades de renda ainda não foram superadas, o que seria alcançado, segundo o estudo, apenas com a manutenção de um ciclo de crescimento econômico, associada a uma política de geração de empregos.
Em 2003, a parcela mais rica da sociedade brasileira, que corresponde a 1,7 milhão de pessoas, ou 1% da população nacional, detinha uma riqueza equivalente aos ganhos dos 50% mais pobres, que somam 86,9 milhões de cidadãos.
Planejamento financeiro
Baixe gratuitamente!
Desemprego e renda baixa
O estudo do IPEA mostra que, entre outros fatores, o desemprego e o baixo rendimento estão por trás da má distribuição de renda do País. Para se ter uma idéia, o índice de desemprego no Brasil aumentou de 6,2%, em 1995, para cerca de 10,0% em 2003. Neste mesmo ano, o nível médio mundial estava em 6,2%, e na América Latina encontrava-se em 8%.
Em trajetória similar de deterioração, a renda média real do trabalhador caiu 15,2% entre 1996 e 2003, variando de R$ 754,00 para R$ 639,30.
Como conseqüência desta realidade, o estudo estima que um terço da população brasileira seja considerada pobre, o que equivale a 53,9 milhões de pessoas. Deste total, 21,9 milhões são classificados como muito pobres ou indigentes.
Vale dizer que, a partir deste lançamento, o Ipea pretende divulgar novas edições do “Radar Social” a cada dois anos.