Brasil deixou de arrecadar mais de R$ 86 bi por causa de mercado ilegal de cigarros, aponta pesquisa

Se evasão fiscal fosse revertida, seria possível construir pelo menos 110 mil casas populares, segundo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade

Estadão Conteúdo

Cigarros

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Um levantamento do Instituto Ipec Inteligência aponta que, em 2021, a ilegalidade respondeu por 48% de todos os cigarros consumidos no Brasil. Destes, 39% foram contrabandeados, principalmente do Paraguai, e 9% produzidos no Brasil por fabricantes classificadas como “devedoras contumazes” de impostos.

Calcula-se que 53,1 bilhões de cigarros ilegais circularam nas cidades brasileiras no último ano. Nos últimos 10 anos, mais de R$ 86 bilhões deixaram de ser arrecadados no Brasil por causa do mercado ilegal.

O prejuízo em evasão fiscal de cigarros ilegais é de R$ 10,2 bilhões. Esse valor, se revertido em benefícios para a população, segundo a pesquisa, poderia ser usado para a construção de 110 mil unidades de casas populares. A pesquisa é divulgada pelo Fórum Nacional Contra a Pirataria e a Ilegalidade (FNCP).

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Um cigarro ilícito chega a ser 65% mais barato do que o produto legal. O produto ilegal custa cerca de R$ 4,60, já o produto legal, produzido sob as normas da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), é comercializado por lei a partir de R$ 5, mas pode chegar às mãos do consumidor por até R$ 7,61. Além disso, segundo o levantamento, 88% dos cigarros ilegais são vendidos em comércios formais, como bares, padarias e mercadinhos.

Segundo a instituição, o cenário de pandemia e dólar em alta contribuiu para que o mercado ilegal de cigarros se mantivesse relativamente estável nos últimos dois anos, passando de uma participação de mercado de 49% para 48%, após queda inédita de 8 pontos porcentuais em 2020.

Realizada desde 2014, a pesquisa Ipec (antigo Ibope) tem abrangência nacional e, nesta edição, foi a campo de julho a novembro de 2021.

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Foram realizadas entrevistas presenciais com 50.975 mil fumantes com idades de 18 a 64 anos, residentes em municípios com 20 mil habitantes ou mais.