Por que o brasileiro não pensa em aposentadoria; e como investir para chegar lá

É uma regra simples: quanto maior o tempo de contribuição, menor será o valor mensal poupado. Mas por que as pessoas não pensam no seu futuro financeiro?   

Giovanna Sutto

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SÃO PAULO – Se aposentar é o sonho de muita gente – e quanto antes melhor. No entanto, o brasileiro não tem o hábito de se preparar para a aposentadoria. Segundo uma pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), quase 8 em cada 10 brasileiros (78%) admitem que não pensam financeiramente no longo prazo. A pesquisa contou com mais de 3.800 entrevistados.  

É uma regra simples: quanto maior o tempo de contribuição, menor será o valor mensal poupado. Mas por que as pessoas não pensam no seu futuro financeiro? São dois principais pontos que devemos abordar. 

Temos um histórico econômico de juros e inflação altos e isso dificulta o planejamento futuro. “Não conseguimos projetar muitas coisas. Entre outros motivos, porque o poder de compra sempre muda e o cenário econômico conturbado cria uma cultura que não incentiva o planejamento financeiro. Sempre se pensa no curto prazo”, explica Antônio Carlos Antunes, planejador financeiro da RJ Investimentos.  

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Em segundo lugar, temos a questão do nível da educação financeira no Brasil ser muito baixo. Falta informação, o que consequentemente faz as pessoas se afastarem do assunto. 

O grande problema é que não pensar no futuro vai fazer você deixar de ganhar dinheiro. Ao se preparar com antecedência, você abre a possibilidade de ter uma fase da vida com mais benefícios advindos do tempo que poupou. Se não quer fazer parte da estatística mencionada pela pesquisa do SPC, você deve começar a se preparar para a aposentadoria – não importa quantos anos tenha. 

Como se preparar e não perder dinheiro?

O primeiro passo para começar a traçar seu futuro é fazer um planejamento e construir um plano de ação para alcançar sua meta: a independência financeira. “É preciso se conscientizar que essa organização é necessária. E é importante procurar um especialista no assunto para auxiliar”, orienta Antunes. 

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Pode ajudar nessa organização fazer uso da escala “GPI: ganhar, poupar e investir”, conforme explica a assessora de investimentos Fernanda Alves. Na prática, quanto mais aplicar essas três coisas na sua vida, mais rápido você chegará à independência financeira. Comece a investir assim que conseguir juntar uma quantia.

Quer começar a investir para alcançar a independência financeira?Abra uma conta na XP. 

Alves sugere uma aplicação de longo prazo para impulsionar seu processo de aposentadoria. É o IPCA+ com vencimentos longos. “Esse título te garante um juro real por muito tempo. É preciso garantir a rentabilidade das suas aplicações não apenas para a fase de acumulação, mas também posterior à aposentadoria. Pois a renda do investidor dependerá do rendimento de suas aplicações pós-aposentadoria”.

A assessora elaborou duas simulações para você entender a importância de colocar seu dinheiro na aplicação mais apropriada.

a) Pessoa A tem 35 anos e saldo inicial zero. Tem perfil conservador e por isso optou sozinho por investir mensalmente R$ 2.000,00 na poupança. Aos 65 anos ele terá acumulado aproximadamente R$ 1.550.000,00 (taxa referencial + 70% da Selic, considerando manutenção em 6,5%).

b) Pessoa B também tem 35 anos e saldo zero. Por ser muito conservador recebeu a orientação de um assessor financeiro para começar a investir mensalmente R$ 2.000,00 na NTNB-2050.  Aos 65 anos essa pessoa terá acumulado aproximadamente R$ 2.420.000,00 (considerando IPCA de 3,5% + 4,9% – menos 15% de IR)

Os cálculos acima não servem como garantia de rentabilidade futura, já que tanto a Selic como o IPCA devem variar ao longo dos anos. “Mas a simulação serve como um bom parâmetro para ilustrar o impacto da assessoria financeira e escolha de investimentos corretos para o bem estar financeiro na aposentadoria”, explica a assessora.

Há também a opção da previdência privada. “Procure previdências privadas de seguradoras independentes que ofereçam planos sem taxa de carregamento – e que têm variedade de produtos financeiros”, diz Antunes. Com a diversificação, o investidor está ao mesmo tempo protegido de uma oscilação muito forte em determinado ativo e exposto a possíveis valorizações atraentes ao longo do tempo.

Vale lembrar que não há uma regra sobre em quanto tempo você deve se aposentar, cada pessoa consegue se adaptar e ajustar seu orçamento dentro de um período. Mas se quiser ter uma ideia de quanto precisa, clique aqui.

Giovanna Sutto

Repórter de Finanças do InfoMoney. Escreve matérias finanças pessoais, meios de pagamentos, carreira e economia. Formada pela Cásper Líbero com pós-graduação pelo Ibmec.