Anatel adia extinção de sistema analógico de telefonia móvel

Ainda não há nova data para a extinção. Motivo do adiamento é não prejudicar os serviços ruralcel e ruralvan

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SÃO PAULO – Apesar do projeto de regulamentação do setor de telefonia móvel prever a extinção do sistema de telefonia celular analógico neste 30 de junho de 2008, um ato da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) publicado no Diário Oficial desta segunda-feira prorrogou este prazo.

De acordo com a assessoria de imprensa da Agência, quem possui aparelhos operando na tecnologia analógica deve manter estes equipamentos em operação.

A Anatel informou que ainda não há uma nova data para a extinção da tecnologia. “Os clientes terão agora que esperar até a finalização do processo de Consulta Pública nº 24 – que propõe a prorrogação para até 30 de junho de 2009 – ou nova data que venha a ser estabelecida pela Agência”, explicou a assessora.

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Motivos

Ainda segundo a assessoria da Anatel, são dois os motivos pelos quais o adiamento foi pedido: o ruralcel e ruralvan. “São dois sistemas de telefonia fixa para zona rural, áreas remotas ou de baixa densidade demográfica, mas que são utilizados com radiofreqüência analógica. Portanto, o fim do sistema analógico, mesmo que móvel, poderia afetar esses serviços”.

Apesar do adiamento, a assessoria informa que, mais cedo ou mais tarde, o cancelamento vai acontecer. Por isso, os clientes que ainda usam esse sistema devem procurar as operadoras, para que seja feita a atualização da tecnologia, gratuitamente.

Vantagens

A mudança de tecnologia deve trazer vantagens aos clientes. De acordo com o presidente da Teleco, Eduardo Tude, a primeira mudança ocorrerá no aproveitamento da banda. “Com as redes analógicas desligadas, as empresas de telecomunicações ganharão mais espaço no espectro de freqüência utilizado pelos celulares e, com a tecnologia de modulação digital, é possível transmitir muito mais informação em uma determinada banda”, explica.

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Outra vantagem é em relação à segurança. “As redes analógicas eram muito abertas, ou seja, era muito fácil ter acesso à qualquer conversa. Com essa mudança, esse é um risco bem menor. Com a tecnologia digital, também diminui a possibilidade de clonagem, já que as informações são todas criptografadas, o que é muito bom para o usuário. Quantas pessoas já não receberam contas com valores exorbitantes e descobriram que tiveram seus celulares clonados?”.

Entenda

Os sistemas analógicos AMPS (Advanced Mobile Phone System) são usados pelos primeiros celulares que chegaram ao Brasil. Atualmente, o AMPS ainda é usado pelas operadoras Banda A, antigas estatais. Funciona em conjunto com as tecnologias TDMA e CDMA.

“Com a migração das operadoras para a tecnologia GSM, cujos aparelhos não são compatíveis com o AMPS, a tecnologia analógica não se faz mais necessária”, explica Tude.

No entanto, o presidente explica que o AMPS ainda é a única tecnologia que suporta roaming dos clientes que utilizam a tecnologia CDMA em Minas Gerais e nos estados do Nordeste. “Nesses estados não há nenhuma operadora que utilize o CDMA, restando ao AMPS suportá-los em roaming. Ou seja, quem ainda possui um telefone CDMA da Vivo e costuma viajar para esses estados também precisa solicitar a mudança da tecnologia da sua linha, porque a partir de agora não conseguirá fazer a chamada”, conta.