5G vem aí: o que esperar da rede celular tão rápida quanto a fibra óptica

Essa rede tem características muito diferentes das antecessoras e abrirá as portas para novos serviços e aplicações que prometem transformar como vivemos e como trabalhamos 

Equipe InfoMoney

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NOVA YORK – Mais rápidos que as velocidades prometidas para as novas redes celulares 5G – internet sem fio tão veloz quanto a fibra óptica — só mesmo o hype e a expectativa que estão se formando em torno delas.

Mas esse auê pode ser justificado. As redes celulares de quinta geração têm características muito diferentes das antecessoras e abrirão as portas para novos serviços e aplicações que devem transformar como vivemos e como trabalhamos.

“A geração atual deu origem ao surgimento de apps como o Uber e permite que você assista Netflix no celular”, diz Theodore Rappaport, professor de engenharia elétrica e um dos fundadores do NYU Wireless, laboratório da Universidade de Nova York que estuda tecnologias de comunicação sem fio. “As redes 5G vão permitir que o carro autônomo vire realidade.”

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Sem entrar em muitos detalhes técnicos, basta saber que as novas redes serão muito mais rápidas e estáveis que as atuais.

O primeiro benefício será na velocidade pura e simples, que pode ser dezenas de vezes superior ao que temos hoje nas redes 4G. Em vez de baixar aquela série da Netflix no wi-fi de casa antes de ir para o aeroporto, você poderá fazê-lo na fila do embarque.

E não é difícil imaginar que as empresas de celular já estejam planejando concorrer diretamente com operadoras de TV a cabo e telefonia fixa para oferecer banda larga doméstica sem fio.

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Mas as mudanças mais importantes são outras, e vai demorar algum tempo até que elas façam parte do nosso cotidiano.

Um dos pontos de partida na definição das redes 5G foi garantir que um número muito maior de dispositivos possa estar conectado ao mesmo tempo. É por isso que as redes 5G são consideradas um elemento essencial para tornar realidade a internet das coisas.

Um estudo da consultoria Juniper Research prevê que, daqui dois anos, haverá mais de 50 bilhões de sensores em uso pelo mundo. Outra estimativa mais fácil de colocar em perspectiva: cada pessoa estará cercada por pelo menos mil sensores: no corpo, em casa, no trabalho, nas ruas, no carro.

Considere os carros autônomos. Para operar com segurança, esses veículos dependem de redes de latência baixíssima: as centenas de sensores do carro têm de enviar as informações que colhem – um pedestre atravessando a rua fora da faixa, por exemplo — para a nuvem, onde elas serão processadas e enviadas de volta com a resposta a esse perigo.

Nas redes 4G, essa latência, ou demora, pode ser de 50 milissegundos; nas novas redes, cai para 1 milissegundo. É potencialmente a diferença entre uma freada a tempo ou um acidente fatal.

A infra-estrutura das cidades também estará conectada com os veículos, o que vai permitir informações mais detalhadas para engenharia de tráfego, manutenção de vias e assim por diante.

O (pouco) que já é realidade

As primeiras redes celulares 5G estão apenas começando a entrar em operação mundo afora. Alguns países, como a Coreia do Sul, estão um pouco mais adiantados; nos Estados Unidos, conta-se nos dedos das mãos as cidades que já contam com cobertura da nova tecnologia, e no Brasil a previsão é que a novidade não chegue antes de 2021.

Um relatório recente da fornecedora de equipamentos de comunicação Ericsson afirma que até o fim deste ano o número de assinantes de contas 5G será de 10 milhões. Mas, em apenas cinco anos, esse total vai pular para 1,9 bilhão, ou um quinto do total. Até lá, “as redes poderão cobrir até 65% da população mundial”, diz o relatório da empresa.

O entusiasmo da empresa sueca deve ser tomado com cautela. Embora seja mais rápida e mais robusta, a rede 5G tem uma peculiaridade: o sinal de suas antenas não chega tão longe. “As operadoras terão de fazer grandes investimentos para oferecer boa cobertura”, diz Rappaport, da NYU. “Imagine substituir um holofote por dezenas de lâmpadas menores.”

O custo de atualizar as torres já existentes e instalar novas unidades, mesmo que de menor porte, é uma conta que promete dar dor de cabeça para as operadoras. “Por enquanto ninguém entendeu direito como construir essa infra-estrutura”, disse numa entrevista recente o consultor especializado em telecom Chetan Sharma.

E além das redes, é claro, é preciso ter nas mãos um dispositivo capaz de tirar vantagem da nova tecnologia. A Apple deve anunciar em setembro a nova geração do iPhone, mas os rumores dão conta de que os aparelhos só terão antena 5G a partir do ano que vem.

A Samsung anunciou na semana passada o Galaxy S10 5G, primeiro aparelho compatível com as redes 5G americanas operadas pela T-Mobile. A conexão 5G funciona apenas em meia dúzia de cidades americanas e, segundo a empresa, será extremamente limitada, com bom funcionamento apenas nas ruas.

O novo aparelho custa 1 300 dólares — mais que o modelo sem 5G – e não será compatível com outros tipos de redes da nova geração que serão implementados no futuro.

Ou seja: você pode ficar empolgado com as transformações que vêm por aí, mas por enquanto é melhor esperar para entrar na onda.

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