Yduqs (YDUQ3): queda pós-balanço é oportunidade de compra, avalia JPMorgan

Apesar de reiterar recomendação de compra, o banco cortou o preço-alvo de R$ 28,50 para R$ 27

Felipe Moreira

Fachada da Estácio, uma das empresas da Yduqs (Divulgação)

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O JPMorgan reiterou recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para a ação da Yduqs (YDUQ3), apontando que enxerga a desvalorização após a divulgação de resultados como um bom ponto de entrada.

Os analistas do banco lembram que a Yduqs foi a primeira grande empresa a retomar a geração de caixa já em 2023 e deve expandir isso em 2024, oferecendo um rendimento de 8,6% de Fluxo de Caixa Livre (FCF), ajudado pela expansão do Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) e pela redução das despesas com juros líquidos, enquanto o capex permanece estável.

Em 2023, a companhia gerou R$ 112 milhões em fluxo de caixa livre para o patrimônio (calculado pelas mudanças na dívida líquida ajustada pelos dividendos), representando 2,0% de sua capitalização de mercado atual e o banco espera que isso se expanda para R$ 480 milhões em 2024 e R$ 702 milhões em 2025 (rendimento de 12,6%), principalmente impulsionado pela expansão do Ebitda e redução nas despesas com juros devido à queda das taxas e desalavancagem, além de uma expectativa de menores itens não recorrentes. Já o capex deve permanecer em R$ 470 milhões, conforme o guidance da empresa.

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Segundo o relatório, o crescimento será impulsionado por premium e digital, gerando R$ 195 milhões de Ebitda extra. O JPMorgan projeta uma expansão de receitas de 10% ano a ano em 2024, com o Premium subindo 17% liderado pela maturação, e as receitas digitais aumentando 10% ano a ano, principalmente em linha com expectativa de crescimento da base de alunos e contribuição de ingressos limitada.

O banco também espera alguma aceleração vinda do campus, com aumento de 5% neste ano em comparação com 3% no ano passado, principalmente devido a tendências de melhoria na base de alunos, que devem expandir pela primeira vez desde 2015. Além disso, o banco prevê um aumento pequeno de 0,5 ponto percentual (pp) nas margens, com Ebitda ajustado subindo 11% ano a ano em 2024.

Já as despesas com juros devem cair R$ 125 milhões ao longo do ano, impulsionadas por uma redução nas taxas de juros e também pela queda na alavancagem, que deve cair de 2,1 vezes Dívida líquida/Ebitda para 1,6 vez até o final de 2024. Analistas também projetam lucro de R$ 75 milhões para 2025, à medida que a alavancagem diminui para 1,2 vez.

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No geral, o JPMorgan reduziu as receitas estimadas em 2,5% e 3,0% para 2024 e 2025, Ebitda ajustado em 2,8% e 5,0% e lucro ajustado (que correspondem aproximadamente à definição da Yduqs) em 14% e 10%.

Apesar de reiterar recomendação de compra, o banco cortou o preço-alvo de R$ 28,50 para R$ 27, mas ainda oferecendo mais de 40% de upside. O movimento ocorre principalmente devido a a estimativas mais baixas, parcialmente compensadas por uma pequena redução no custo de capital próprio WACC (14,9% versus 15,1% anteriormente).

Em termos de avaliação, o banco avalia Yduqs em 9 vezes Preço/Lucro e Valor da Firma/Ebitda de 5,4 vezes para 2024, ambos excluindo o IFRS16, que estão próximos da Cogna e um pouco abaixo da Anima. A preferência do JPMorgan em Educação é Anima (overweight), Yduqs (overweight), Ser (overweight), Afya (neutro), Cogna (neutro).