Yduqs: analistas celebram metas atingidas apesar de cenário desafiador e reiteram otimismo; ação fecha em alta de 6,23%

Companhia de educação reportou notável crescimento no ensino à distância e importância consolidada do segmento premium

Lara Rizério

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SÃO PAULO – A ação da companhia de educação Yduqs (YDUQ3) abriu entre perdas e ganhos na sessão desta terça-feira (17), apesar dos resultados serem destacados como positivos pelos analistas (ainda que em linha com o esperado). Eles destacaram positivamente o fato da companhia ter atingido o guidance (projeção) para a primeira metade do ano, ainda que em um cenário bastante desafiador para o setor como um todo.

Assim, se o início da manhã foi morno, os papéis foram ganhando força ao longo do dia. Os ativos YDUQ3 fecharam com alta de 6,23%, a R$ 25,24, após chegarem a cair cerca de 1% mais cedo.

Na véspera, a Yduqs informou lucro líquido de R$ 116,5 milhões para o trimestre de abril a junho. Analistas ouvidos pela Refinitiv esperavam resultado positivo de R$ 145,5 milhões.

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A geração de caixa medida pelo lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) foi três vezes maior do que o mesmo período de 2020, a R$ 349 milhões entre abril e junho deste ano.

Já a receita líquida no período teve alta de 17%, para R$ 1,161 bilhão, enquanto os custos de serviços prestados avançaram cerca de 13%. As despesas comerciais caíram 22,3%, em meio a uma redução de 30,5% em gastos com provisões para inadimplência. As despesas gerais e administrativas recuaram 7,6%.

Na avaliação do Credit Suisse, a Yduqs reportou notável crescimento no ensino à distância (30% na base anual ex-aquisições) e importância consolidada do segmento premium e EAD nos resultados (sendo já 66% do Ebitda).

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“Os resultados foram melhores do que as expectativas do nosso time em muitos aspectos, entregando um Ebitda de R$ 349 milhões (margem de 30%) e um lucro líquido de R$ 116 milhões (margem de 10%)”, apontam os analistas do banco, que avaliam que a performance ainda foi afetada pela queda da receita líquida on campus – OC  (queda de 15% ao ano ex-aquisições), dada a captação ainda baixa da indústria desde o início da crise da Covid-19.

Neste contexto, os analistas destacaram que reconhecem a disciplina da empresa, que continua a navegar na crise da Covid com lucratividade relativamente boa e pouca alavancagem. O crescimento e a lucratividade simultâneos no EAD refletem a eficácia comercial e a escalabilidade do conteúdo, avaliam.

Por outro lado, os analistas seguem cautelosos quanto à captação no ensino presencial, tanto no segundo semestre deste ano quanto em 2022.

Mesmo assim, reforçam os analistas do banco suíço, a empresa se redesenhou para uma nova realidade, reforçando a tese (case de fluxo de caixa, ainda que crescendo modestamente). Dados os custos fixos no presencial, o retorno de alunos pode ajudar nas margens daqui para frente, avaliam. O Credit tem recomendação outperform para os ativos, com preço-alvo de R$ 38.

Já a XP aponta que o resultado veio estritamente em linha com as estimativas da casa, o que significa que seu guidance para o primeiro semestre foi atingido. A receita líquida ficou apenas 0,5% acima das estimativas da XP, enquanto o Ebitda ajustado ficou 0,4% acima do esperado pela XP.

Vale destacar que os cursos presenciais tradicionais representam atualmente 51% da receita ante 74% no segundo trimestre de 2019 e os analistas esperam que a participação de outros cursos (premium e online) continue crescendo, uma vez que 450 novas vagas de medicina devem ser aprovadas no segundo semestre e que 79% dos polos de ensino à distância da Yduqs ainda estão em maturação, com mais de 55% ainda no primeiro ano de operação.

“Portanto, acreditamos que os fundamentos de longo prazo para a empresa (crescimento da base de alunos – principalmente online – e melhoria de margem – maior participação de cursos online e premium) permanecem intactos, apesar das perspectivas desafiadoras para 2021”, avalia a XP, que reitera recomendação de compra e preço-alvo de R$ 50,70 por ação.

Já o BBI destaca que a receita líquida continuou a se expandir no segmento de ensino à distância, de crescimento ainda rápido, que teve forte captação de 125 mil alunos no trimestre, enquanto o segmento premium continuou a mostrar sua resiliência. Em termos de sua margem Ebitda ajustada, Yduqs permaneceu estável em relação ao ano anterior, com altos números contínuos de provisionamento de inadimplência.

“Em suma, mantemos nossa recomendação outperform, com preço-alvo de R$ 45 para a empresa, pois somos construtivos quanto às suas perspectivas de crescimento nos segmentos de ensino à distância e premium”, avaliam.

O Bank of America ressalta que o trimestre foi em linha para os analistas, sem grandes surpresas. Mas destaca positivamente o fato da companhia ter alcançado seu guidance do semestre, “mostrando compromisso com os investidores e previsibilidade do negócio em meio a um ambiente tão volátil”.

“Em nossa opinião, o destaque positivo foi o desempenho das mensalidades, enquanto os dias de recebíveis e o fluxo de caixa pioraram em relação ao ano anterior. Apesar disso, continuamos a ver a Yduqs elevando a exposição a cursos de medicina e premium combinados com seu negócio de ensino à distância (EAD) de alto crescimento como uma vantagem competitiva contra seus pares”, avaliam.

Além disso, veem a recente queda das ações YDUQ3 como exagerada, o que implica uma oportunidade de compra particularmente atraente, apontam. Os analistas possuem preço-alvo de R$ 43 por ação. Após o resultado, o Morgan Stanley também reiterou recomendação overweight (exposição acima da média) com preço-alvo de R$ 40 por ativo, destacando que a companhia apresentou bons números e com tendências melhores pela frente.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.