XP traz Pimco para classe média do Brasil e quer mais parcerias com grandes gestoras globais

A XP iniciará um road show para encontrar mais associações com grandes gestoras internacionais, com o objetivo de capitalizar a migração de investidores brasileiros do país para o exterior

Bloomberg

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(Bloomberg) — A brasileira XP Investimentos está procurando parceiras entre as maiores gestoras de fundos do mundo.

A corretora começou a oferecer aos clientes de varejo fundos estrangeiros da Pacific Investment Management Co. (Pimco) e vai iniciar um road show para encontrar mais associações com grandes gestoras internacionais, com o objetivo de capitalizar a migração de investidores brasileiros abalados pela sucessão de escândalos políticos do país para o exterior, de acordo com Gustavo Pires, chefe da plataforma de fundos da XP, que tem sede em São Paulo.

“Os brasileiros aprenderam da maneira mais difícil por que é tão importante diversificar no exterior”, disse Pires.

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O escândalo mais recente — desencadeado em maio por alegações contra o presidente Michel Temer — levou o Ibovespa à maior queda desde 2008, apagando quase todos os ganhos para o ano. As taxas de juros e os mercados de câmbio também foram atingidos e muitos fundos locais registraram perdas. Alguns, como Saturno FI Multimercado, um hedge fund administrado por uma divisão do Banco Safra, e Geração Futuro L. Par FIA, um fundo de ações administrado por uma unidade da Brasil Plural, caíram 13 por cento em um dia.

“Os investidores brasileiros pensaram que tinham uma carteira de investimentos diversificada, mas ela estava principalmente correlacionada aos mercados locais, aos riscos locais”, disse Pires.

A volatilidade, combinada com a queda das taxas de juros, diminuiu a relutância tradicional dos brasileiros em colocar dinheiro no exterior. Os fluxos em fundos locais que investem pelo menos 67 por cento de seus ativos fora do Brasil totalizaram R$ 2,84 bilhões (US$ 889 milhões) nos três meses após o escândalo envolvendo Temer, de acordo com dados compilados pela XP, em comparação com entradas de R$ 800 milhões nos três meses anteriores e saídas de R$ 2,1 bilhões em junho, julho e agosto de 2016.

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Espaço para crescer

O setor brasileiro de fundos está entre os 10 maiores do mundo, com quase R$ 4 trilhões em ativos sob gestão, de acordo com a XP. No entanto, menos de 1 por cento desses ativos estão em fundos locais que investem pelo menos dois terços de suas carteiras fora do Brasil.

A nova iniciativa da XP aspira a mudar isso. Pires não quis revelar o nome das empresas que sua empresa pretende cortejar, mas disse que a nova estratégia inclui fechar acordos nos quais a XP distribui com exclusividade no Brasil produtos de grandes gestoras de ativos que não têm uma unidade no País. Um desses acordos deverá ser concluído até o fim do ano, disse Pires.

Entre as principais gestoras de fundos globais, a BlackRock, a Pimco e o JPMorgan Chase & Co. já têm escritórios próprios no Brasil. Vanguard Group e Fidelity Investments, não. O roadshow da XP levará executivos para Nova York, Boston e Londres, disse Pires.

A XP já oferece para a classe média e para outros brasileiros investimentos usando contas locais que alocam carteiras em fundos estrangeiros de oito gestoras que já possuem unidades no País, como Pimco, Franklin Templeton Investments, Western Asset Management, JPMorgan e BNP Paribas. O montante mínimo para participar pode ser de apenas R$ 25.000, mas os indivíduos precisam ter declarado ter pelo menos R$ 1 milhão em investimentos financeiros.