XP projeta Ibovespa em 2024 a 149 mil pontos e vê ações cíclicas domésticas como atrativas

Projeção anterior era de 142 mil pontos, com elevação nas expectativas por conta das projeções de lucro maiores

Lara Rizério

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A XP elevou as projeções para o Ibovespa ao final de 2024 de 142 mil pontos para 149 mil pontos, um avanço de 15,5% em relação ao fechamento de fevereiro, de 129.020 pontos, devido às expectativas mais altas para lucros.

“Após um 2023 negativo para os resultados das empresas, a perspectiva é melhor. Para 2024 e 2025, a projeção do consenso de mercado é um crescimento de LPA [lucro por ação] em 15% e 6% respectivamente. Isso é próximo das nossas estimativas de 16% e 4% para os próximos dois anos, com o Ibovespa excluindo commodities projetado para crescer em um ritmo ainda mais forte de 31% e 12% para 2024 e 2025, respectivamente”, avalia a equipe de análise da XP. O valuation do benchmark da Bolsa permanece atrativo, ressalta, com o índice P/L [preço/lucro] do Ibovespa permanecendo descontado em 8,1 vezes (ante média histórica de 11 vezes) e em 10 vezes sem as commodities (versus média de 12 vezes).

Dois outros temas importantes para o movimento da Bolsa além da alta das projeções de lucro foram analisados em relatório. A XP ressalta ver o Brasil bem posicionado entre os países emergentes, apesar de haver quase R$ 18 bilhões em saídas de investidores estrangeiros no acumulado do ano à medida que as taxas subiram globalmente e investidores realizaram lucros após a forte recuperação da Bolsa no 4º trimestre.

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“Continuamos a ver o Brasil como bem posicionado entre os mercados emergentes, o que deverá continuar a atrair fluxo estrangeiro. Isso porque: (i) o país é um mercado grande e líquido dentro de mercados emergentes e deverá aumentar o seu peso nos índices MSCI; (ii) o valuation da Bolsa permanece descontado; (iii) o Brasil está à frente de outros países no seu ciclo de flexibilização de juros; e (iv) o país tem baixos riscos geopolíticos”, avalia a equipe de análise.

O segundo ponto é o cenário para as small caps. “As taxas de juros deverão continuar a cair com o processo de desinflação em curso. Com isso, as Small Caps continuam atrativas e seguem com uma performance inferior ao Ibovespa no ano”, destaca.

Os analistas da casa apontam que, olhando para múltiplos, as ações de Small Caps permanecem descontadas. Seu Preço/Lucro projetado em 12 meses atualmente negocia em 9,8 vezes, 30% de desconto relativo à sua média histórica de 14,3 vezes. Em comparação, o Ibovespa negocia com um P/L de 8,1 vezes. Enquanto isso pode indicar que Small Caps estão um pouco mais caras, a diferença de valuation entre elas está na verdade abaixo da média histórica. “Com valuations atrativos e alta exposição à nomes cíclicos domésticos que devem navegar bem durante este ciclo de corte de juros, nós atualmente preferimos Small Caps, mas ainda focados em nomes de maior qualidade”, reforçam.

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Desta forma, a XP conta com um posicionamento relativamente defensivo em suas carteiras para o mês, mas optou por reduzir a exposição em commodities e aumentar em cíclicos domésticos, baseado nos temas de ciclo de afrouxamento monetário, valuation e perspectiva de lucros, mas ainda focado em qualidade.

Em sua Carteira Top 10, removeu São Martinho (SMTO3) e adicionou Banco do Brasil (BBAS3). Já na Carteira Top Dividendos, cortou o peso de Engie (EGIE3) de 10% para 5% e incluiu Cemig (CMIG3). Na Carteira Top Small Caps, trocou Oncoclínicas (ONCO3) por Marcopolo (POMO4). Por fim, na Carteira ESG, removeu Oncoclínicas (ONCO3) também, e adicionou Yduqs (YDUQ3) em seu lugar.

Confira as carteiras da XP para março:

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.