Xisto dos EUA vira refúgio do setor frente a queda do petróleo

É grande a diferença em relação a quatro anos atrás, quando a Opep declarou guerra às áreas de xisto dos EUA, que à época apresentavam um dos maiores custos do mundo e muitas vezes eram as primeiras a serem cortadas nos momentos de dificuldade

Bloomberg

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(Bloomberg) — As grandes petroleiras estão investindo mais no xisto dos EUA, e não menos, após a queda recente dos preços do petróleo.

É grande a diferença em relação a quatro anos atrás, quando a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep) declarou guerra às áreas de xisto dos EUA, que à época apresentavam um dos maiores custos do mundo e muitas vezes eram as primeiras a serem cortadas nos momentos de dificuldade.

O custo de produção caiu tanto de lá para cá que o xisto está virando refúgio para as grandes empresas petroleiras nos momentos de volatilidade dos preços porque oferece crescimento rápido e confiável e retornos instantâneos apesar de o barril de petróleo bruto estar sendo negociado a pouco mais de US$ 50, quase um terço menos do que no começo de outubro.

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O setor de xisto dos EUA ajudou a ampliar a produção dos EUA para uma média de 10,9 milhões de barris por dia neste ano, a maior já registrada. A produção deverá crescer mais 11 por cento no ano que vem, segundo a Administração de Informação de Energia dos EUA.

A ConocoPhillips informou na segunda-feira que injetará metade do orçamento para 2019 na parte continental dos EUA e a Chevron está investindo a maior quantia em uma década no país, sendo US$ 3,6 bilhões apenas na bacia de Permian. A Anadarko Petroleum e a Hess, ambas operadoras globais, planejam ampliar em mais de 40 por cento os investimentos em seus ativos americanos.

A queda recente do petróleo gerou “alguma alocação diferente no orçamento”, disse o CEO da Conoco, Ryan Lance, na Bloomberg TV. “Estamos destinando mais investimentos à nossa posição não convencional nos EUA”, disse, em referência ao xisto.

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O crescimento da produção “desacelera a US$ 50, mas eu não acho que vai parar a US$ 50 e certamente vai continuar se os preços voltarem a US$ 60”, disse Lance. Os céticos achavam que o xisto “não duraria muito, mas ele continua aí, é um recurso enorme e será resiliente e duradouro”.

As petroleiras investirão quase US$ 124 bilhões nos EUA no ano que vem, um terço do gasto de capital total em todo o mundo, informou a Evercore ISI em nota. Trata-se de um aumento de 10 por cento em relação ao ano anterior e os gastos previstos fora da América do Norte cresceriam 7,2 por cento.

Nos EUA, os poços da Conoco no Eagle Ford Shale, na bacia de Permian e no campo de Bakken geram dinheiro quando o preço do barril está em torno de US$ 50 ou mais, disse Lance. A empresa bombeou 313.000 barris por dia nas três regiões combinadas durante o terceiro trimestre, ou 25 por cento da produção global da empresa com sede em Houston, nos EUA.

A Conoco ampliará sua produção de xisto em 25 por cento no ano que vem, disse Lance. Esse aumento se soma ao crescimento de cerca de 35 por cento esperado para este ano. A revolução do xisto está provocando um impacto maior nos mercados de energia do que o desenvolvimento da produção offshore na década de 1960, disse.

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