Xavier 1 x 0 Appel: tese da SPX sobre câmbio tem sido mais “lucrativa” que da Adam

Diferença de visões entre dois dos maiores gestores de recursos do País foi explicitada em debate realizado no final de janeiro; apesar disso, ambos fundos seguem com performances bem parecidas - e fortemente superiores ao CDI

Thiago Salomão

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SÃO PAULO – Se você acompanha com certa recorrência o mercado financeiro, certamente se recorda do épico embate entre Marcio Appel (Adam) e Rogerio Xavier (SPX), que aconteceu no final de janeiro em São Paulo. Entre um “tapa de luva de pelica” e outro, os dois gestores de investimentos mostraram que, por trás de performances extraordinárias parecidas, existem formas bem diferentes de montar uma equipe de gestão ou tomar uma decisão de investimento.

E essas diferentes formas de ver o mesmo mercado ficaram evidentes no último “round” do debate, quando Appel e Xavier comentaram sobre o câmbio. Na ocasião (31 de janeiro), o dólar girava perto de R$ 3,20, pressionado não só pelo otimismo global como também pela euforia gerada após a condenação do ex-presidente Lula.

Durante o evento, Xavier foi enfático ao dizer que o dólar naqueles níveis estava “quase de graça” sobre o real, pois como devemos ver novas altas de juros no exterior e bastante volatilidade no Brasil por conta das eleições, muitos investidores buscarão proteção na moeda antes de voltar às posições otimistas. A réplica de Appel foi tão enfática quanto de seu colega de profissão da SPX: “não gosto da ideia de me posicionar contra o real […] o mercado que menos gosto hoje [no Brasil] é o de câmbio”. Para o gestor da Adam, comprar dólar não tem sido uma estratégia efetiva contra a crise desde 2016, e como o Brasil é absurdamente “under-owned”, qualquer fluxo estrangeiro pequeno que venha funciona como uma avalanche de dinheiro.

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Quase 3 meses depois, Xavier está levando a melhor nesta queda de braço: por volta das 15h45 (horário de Brasília) desta terça-feira (24), o dólar comercial ensaiava mais um dia de alta, operando na faixa de R$ 3,48 – cerca de 8% acima do que valia no dia do duelo.

Ao ver a performance dos fundos das duas gestoras, essa “vitória intelectual” pouco afetou em seus resultados – embora Xavier tenha uma leve vantagem. O SPX Grippen acumula em abril ganhos de 1,68%, enquanto o Adam Strategy rendeu 1,55% e o Adam Macro, 0,98%, todos bem a frente do CDI do período (+0,39%). Mas como o resultado de um único mês é uma amostra muito pouco relevante para fundos multimercados, ainda teremos um bom tempo para analisar quem realmente estava certo neste grande embate.

De qualquer forma, vale a diversão. Afinal, em um ambiente tão “polite” como a indústria brasileira de fundos, ver uma pequena “richa” dessas entre dois dos maiores gestores do mercado no mínimo torna as conversas no “cafezinho” mais interessantes.

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Thiago Salomão

Idealizador e apresentador do canal Stock Pickers