WEG (WEGE3): a ação que se beneficiará com a isenção estendida para os painéis solares

Participação no segmento para a companhia tem crescido e extensão do prazo representa uma nova oportunidade para expandir receita
Placas fotovoltaicas (Bloomberg)
Placas fotovoltaicas (Bloomberg)

Publicidade

Na noite da última terça-feira (6), a Câmara dos Deputados aprovou, por 260 votos a 83, o projeto de lei (n° 2703/22) que estende por seis meses o prazo final para que consumidores solicitem acesso à rede ao instalar placas de painel solar para gerar a própria energia, deixando de pagar contas de transmissão e distribuição. A proposta será enviada ao Senado.

A notícia foi bem recebida por aqueles que ainda pretendem instalar painel solar, mas também para os investidores de uma ação em especial da Bolsa: a da fabricantes de equipamentos elétricos WEG (WEGE3) que, entre as teses positivas, estão a de transformação energética.

“Se o adiamento também for aprovado pelo Senado, os clientes da WEG terão mais meio ano para colocar de pé projetos solares. Ainda que o reajuste na tarifa deva ser instituído, a postergação deve acelerar as receitas em GTD [Geração, Transmissão e Distribuição de Energia Elétrica] doméstica da companhia nesse próximo semestre”, avalia o Itaú BBA.

Não perca a oportunidade!

A WEG estima que a mudança no marco regulatório (que tira a isenção) reduzirá a Taxa Interna de Retorno (TIR) patrimonial de parques solares remotos de cerca de 15% para menos de 5%. Não por acaso, em 2022, houve uma aceleração significativa no início dos projetos e consequente aumento na demanda pelos kits solares WEG, que são compostos por painéis solares, inversores elétricos e estrutura metálica.

Como referência, as receitas domésticas de GTD da empresa aceleraram de R$ 1,2 bilhão por trimestre em 2021 para R$ 2,0 bilhões em 2022, principalmente devido à geração distribuída.

As expectativas consensuais apontam para uma desaceleração nas receitas domésticas de GTD após a implementação do novo marco regulatório. Assim, a extensão de seis meses da isenção tarifária deve sustentar as receitas no curto prazo (provavelmente até 2024), pois os clientes da WEG devem aproveitar o tempo extra para correr para enviar mais projetos com maior retorno.

Continua depois da publicidade

Os analistas do JPMorgan também apontam a extensão como positiva para a WEG, pois a geração solar, tanto distribuída quanto centralizada, vem crescendo a taxas elevadas e deve manter esse ritmo no curto prazo, pois os consumidores devem antecipar seus investimentos durante a primeira metade de 2023 (1S23) para aproveitar a extensão dos benefícios.

“Embora a WEG não forneça detalhes sobre qual percentual de sua receita vem da energia solar, a empresa afirmou que cerca de 25% da receita é representada por energias renováveis, incluindo solar e eólica”, avalia a equipe de análise.

O Itaú BBA e o JPMorgan possuem recomendação equivalente à compra (outperform e overweight, respectivamente) para os ativos, com preços-alvos respectivos de R$ 44 (upside de 18%) e de R$ 47 (upside de 24%).