Wal-Mart pode enfrentar multa pesada em investigação de suborno

Reportagem mais recente de jornal norte-americano parece mostrar como os supostos subornos foram parte importante dos métodos de negócios

Reuters

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WASHINGTON – A rede varejista Wal-Mart pode enfrentar grandes multas relacionadas a alegações de suborno em sua subsidiária mexicana, após uma segunda reportagem do New York Times ter dado mais detalhes sobre o caso da suposta conduta de má fé.

Especialistas disseram que a mais recente reportagem, publicada no site do jornal no fim da última segunda-feira (17), é significativa porque parece mostrar como os supostos subornos foram uma parte substancial dos métodos de negócios, mais do que pagamentos de rotina para acelerar aprovações, o que é permitido pela lei dos Estados Unidos.

O jornal informou que a maior rede varejista do mundo abriu 19 lojas ao utilizar centenas de milhares de dólares em subornos para conseguir o que leis locais antes proibiam.

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Na segunda-feira, o Wal-Mart disse que as alegações da reportagem foram parte da investigação de pontenciais violações que a companhia começou a conduzir há mais de um ano, mas rejeitou dar mais informações nesta terça-feira.

Em abril, o jornal noticiou que o Wal-Mart havia iniciado uma investigação interna sobre subornos em sua afiliada mexicana Walmex, mas deu a impressão de que muitos desses pagamentos foram utilizados para facilitar processos de aprovações já em andamento.

É difícil prever com exatidão um número sobre qualquer acordo, especialmente porque a investigação dos EUA está no estágio inicial, mas especialistas dizem que ela pode se equiparar a outros casos semelhantes sob o FCPA (Ato de Prática Internacional de Suborno, na sigla em inglês).

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No maior caso da FCPA até o momento, a Siemens pagou 800 milhões de dólares para resolver alegações de suborno em 2008. Em outros casos de grande tamanho, a KBR e sua antiga controladora Halliburton pagaram 579 milhões de dólares em 2009, e a BAE Systems pagou 400 milhões de dólares em 2010.

A companhia está cooperando com o Departamento de Justiça e o regulador de mercados Securities and Exchange Commission sobre a questão. O departamento e a SEC não quiseram comentar.