Wagner Caetano vira a mão e compra 400 minicontratos do Ibovespa e revela suas duas novas apostas na bolsa

Em entrevista de 43 minutos ao InfoMoney, o trader profissional contou como encerrou sua operação vendida em minicontratos do índice, quais são suas apostas recentes na bolsa e que tem novidades na sua metodologia de trades

Paula Barra

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SÃO PAULO – Afastado dos holofotes há cerca de 4 meses, o trader profissional Wagner Caetano, que ganhou fama com duas operações de compra nas ações da Gerdau em 2016, que somadas garantiram um lucro de R$ 528 mil (veja: R$ 326 mil + R$ 202 mil), voltou à cena com uma entrevista em vídeo concedida ao InfoMoney na tarde da última quinta-feira (1). 

Na conversa, conduzida pelo editor de Mercados, Thiago Salomão, o trader contou sobre suas recentes apostas na bolsa, as novas técnicas de sua metodologia, como se movimentou no fatídico 18 de maio, pregão marcado pelo “circuit breaker” no Ibovespa, e o saldo das suas últimas operações. Para quem acompanhava os trades de Caetano se lembra que ele – nas últimas aparições no InfoMoney – estava com uma posição vendida em minicontratos do Ibovespa Futuro e mantinha em carteira ações como JBS e BRF. 

A entrevista, que durou 43 minutos, foi dividida em 4 blocos, que podem ser conferidos abaixo: 

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1) A operação de venda nos minicontratos + cenário atual para o Ibovespa
A entrevista começa com uma das principais dúvidas de quem seguia as operações de Wagner Caetano no InfoMoney: qual foi o desfecho da venda nos minicontratos no índice?

O trader faz uma atualização também sobre qual cenário vê para o Ibovespa. Ele conta que está montando uma posição comprada no índice – durante a entrevista, inclusive, ele realizou a compra de 400 minicontratos a 63.050 pontos (lembrando que ela foi gravada na tarde de quinta-feira). Mais cedo, ele havia comprado mais 20 contratos cheios do índice no mesmo patamar (63.050 pontos).

 

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Wagner Caetano: A operação de venda no índice foi encerrada há alguns meses, perto da região dos 63.700 pontos, em valores ajustados, e sai praticamente no zero a zero. Ela foi no alvo 3 vezes, mas não realizei pois tinha como uma das funções proteção de carteira. Quem operou puramente os minicontratos teve a chance de sair da operação no lucro.

Sobre a nova operação, o trader conta que o Ibovespa parece que está armando um pivot de alta e, caso tenha força para romper os 64.485 pontos, pode caminhar para fechar um gap aberto no dia 18 de maio nos 67.895 pontos. “É uma leitura interessante por assimetria. Acredito que faz sentido manter uma posição comprada”.

Atualmente, ele tem comprado 400 minicontratos do Ibovespa + 20 contratos cheios do índice, ambos comprados na região dos 63.050 pontos. 

2) A “nova Gerdau” e o saldo das últimas operações 
Além da posição nos minicontratos, Wagner mantinha posição em algumas ações no início deste ano e que foram fechadas com resultados positivos. Uma delas, que ele havia anunciado como “a nova Gerdau”, foi revelada nesta entrevista: a Via Varejo. A compra já foi encerrada. Nos últimos meses, ele fez duas entradas nas units da varejista, que, juntas, garantiram um lucro de cerca de 20%. 

 

Wagner Caetano: Fiz duas entradas em Via Varejo: uma realizada no final de fevereiro; a outra em março. Juntas, elas deram um lucro de cerca de 20%. Realizei também uma compra em BRMalls, com ganho de 40%, e uma compra em Cemig, com lucro de quase 50%. No dia em que o mercado desabou (18/05), não tinha mais a ação da Cemig, mas se tivesse dinheiro em caixa ela seria uma compra convicta naquela mínima (lembrando que a ação abriu aquele pregão com queda de mais de 40%). 

3) Como é composta a carteira atualmente?
Das ações que Wagner já carregava no início do ano, ele ainda mantém JBS e BRF. As novas apostas ficam por conta dos papéis da CSN e JHSF. 

 

Wagner Caetano: atualmente, a carteira é composta por 4 ações: BRF, JBS, CSN e JHSF. Cada uma com 25% de peso no portfólio. Começando por CSN, é uma aposta arriscada, mas baseada em uma figura assimétrica. Acho que os fundamentos não refletem o preço da ação e dá para pensar no papel, de repente, a R$ 10,00. A outra novidade, a JHSF, também é uma ação que acho que está descontada na bolsa. É uma entrada recente e faz sentido tanto pelo gráfico como pelos fundamentos.

Em relação aos papéis que já mantinha, JBS atualmente está com o preço médio na carteira em R$ 8,80 e a ideia é desfazer do papel próximo a R$ 9,50/R$ 10,00; já a BRF, a “estrela” da carteira, ainda deve permanecer por um tempo maior no portfólio. Na segunda-feira seguinte à Operação Carne Fraca aumentei a exposição, mas recentemente fiz um rebalanceamento e ela passa a representar 25% da carteira. A empresa tem bons fundamentos e a correção nos últimos dias, por conta do peso reduzido no índice MSCI, é sinônimo de oportunidade. 

4) Novas técnicas da metodologia
Durante o período que esteve afastado dos holofotes, Caetano conta que desenvolveu novas técnicas para sua metodologia. 

 

Wagner Caetano: Antes buscava um horizonte de 12 a 18 meses para uma ação que entrada na minha carteira; hoje, estou trabalhando com períodos mais curtos, algumas semanas. Isso se mostrou mais eficiente, como em minha operação – já fechada – em Embraer. Também tenho deixado sempre um caixa para pegar distorções do mercado ou compras de rompimento. Além disso, revisei a quantidade de ações em carteira, estou olhando de perto as bolsas internacionais, que tem ajudado na leitura de fluxo, e usado MME (Média Móvel Exponencial) nos gráficos de 60 minutos para antecipar os movimentos do mercado. 

5) A grande lição do dia do “circuit breaker”

Na última parte da entrevista, Caetano contou como foi o dia 18 de maio tanto do lado operacional quanto do aprendizado, lembrando que naquele pregão o Ibovespa acionou o “circuit breaker” e fechou em queda de 8,80%.

 

Wagner Caetano: Um dos aprendizados é que muitas vezes algo que parece óbvio nem sempre é no mercado. Eu nunca tinha visto nada parecido. Em 2008, era fácil pegar os “circuit breakers” porque os padrões gráficos sinalizavam; esse ocorreu dentro de uma tendência de alta, com um otimismo muito grande. Então meu aprendizado é que você tenha sempre cautela, uma sobra de caixa e nem tudo que ocorre na bolsa é óbvio. Foi um dia de transferências de riquezas, que pegou muita gente de surpresas. Acho que foi realmente um “cisne negro”, que daqui a 10, 20 anos será lembrado.