Volatilidade, queda nos índices e atraso em estímulos: o impacto do teste positivo de Trump nos mercados

O diagnóstico de Trump positivo para o coronavírus traz outro elemento de incerteza ao mercado

Bloomberg

(Shutterstock)

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(Bloomberg) – Intensa volatilidade, queda dos índices acionários e mais atrasos do pacote de estímulo são alguns dos impactos esperados por investidores depois que o presidente dos EUA, Donald Trump, testou positivo para a Covid-19.

O diagnóstico de Trump traz outro elemento de incerteza ao mercado, que já avalia uma possível batalha legal ou caos político após as eleições presidenciais em 3 de novembro. Agora, investidores lidam com a possibilidade de problemas de saúde de Trump e como isso poderia afetar o governo dos EUA.

“O movimento do mercado tem menos a ver com as eleições e mais com a possibilidade de o presidente dos EUA ficar incapacitado”, disse David Stubbs, responsável por estratégia de mercados no J.P. Morgan International Private Bank. “Isso injetaria incerteza significativa no cenário de políticas e de geopolítica. Este é claramente um evento de aversão ao risco, e os mercados se movimentam como tal.”

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Outros investidores dizem que o teste positivo de Trump não seria um problema para os mercados no longo prazo, especialmente se ele não apresentar sintomas.

Leia mais: Teste positivo de Trump para coronavírus muda cenário para eleições em novembro

Alguns tentam calcular o impacto. “Isso causará nervosismo nos mercados e poderemos ver uma correção de 10% nas ações dos EUA, o que deve arrastar as ações asiáticas para o balanço do ano”, disse Gary Dugan, CEO do Global CIO Office.

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“No longo prazo, as pessoas verão um contraste mais acentuado entre as ações asiáticas e as dos EUA. A Ásia tem estabilidade política e fortes empresas de tecnologia no norte. Para pessoas que procuram alocar globalmente, isso só torna a Ásia mais atraente.”

Potencial de recuperação

“Se Trump estiver apenas positivo, mas não doente, os mercados podem se recuperar”, disse Patrice Gautry, economista-chefe do UBP, em Genebra. “As instituições dos EUA são sólidas, e o vice-presidente Pence deve liderar a campanha e os assuntos, se necessário.”

Roger Jones, responsável por renda variável na London & Capital, compartilha da mesma opinião. “Não consigo ver o teste positivo do presidente Trump como um problema duradouro para os mercados após o choque inicial, que agora está diminuindo”, disse.

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“A única maneira de isso se transformar em um problema é se a eleição tiver de ser adiada, então pode haver uma grande reação pública”, afirmou. “No entanto, falta mais de um mês para o dia das eleições, então parece improvável.”

Dúvida sobre estímulo

“Os mercados sem dúvida ficarão assustados com a notícia da doença do presidente”, disse Russ Mould, diretor de investimentos da AJ Bell. “Isso pode diminuir ainda mais as chances de um pacote de estímulo ser aprovado no Congresso no futuro imediato.”

“Como os mercados esperam por mais estímulos, fiscais ou monetários, essa ausência será uma preocupação devido à natureza ainda frágil da recuperação”, afirmou Mould.

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Câmbio

Jun Kato, analista-chefe de mercado da Shinkin Asset Management, espera mais desvalorização do dólar, “já que se soma à provável perspectiva de que o pacote de estímulo dos EUA não será aprovado antes das eleições”, disse.

“Isso também pode pressionar o Fed a mostrar um tom mais dovish, o que limitaria os retornos dos EUA e pesaria sobre o dólar.”

O iene poderia subir para 104 por dólar, disse Kato.

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