Vivo segue interessada em aquisições de redes de fibra, diz presidente

Companhia vai começar neste ano o processo de migração dos 1,2 milhão de clientes usuários de serviços de voz em redes de cobre para outras tecnologias

Lara Rizério Reuters

Ativos mencionados na matéria

Loja da Vivo (Foto: Rio Mar Fortaleza)
Loja da Vivo (Foto: Rio Mar Fortaleza)

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SÃO PAULO (Reuters) – A Telefônica Brasil, que atua no país sob a marca Vivo, segue avaliando potenciais alvos de aquisição de redes de fibra óptica e expansão nas áreas de serviços financeiros, de saúde, educação e eletrônicos, afirmou o presidente-executivo, Christian Gebara, nesta quarta-feira.

“Em fibra, sempre estamos olhando, mas não chegamos a nenhum ativo que possa ser interessante do ponto de vista de presença de rede e sobreposição com a nossa rede”, disse o executivo, em entrevista a jornalistas após a publicação dos resultados de quarto trimestre na noite da véspera.

O executivo citou ainda como critérios de aquisição a qualidade da rede alvo do interesse da empresa versus o custo de construção de infraestrutura própria.

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“O mercado tem uma fragmentação muito grande de grupos de fibra. Temos mais de 7 milhões de clientes e menos de 20% de market share, o que nos dá a possibilidade grande de sermos agente consolidador”, disse Gebara.

Questionado sobre o andamento do processo de migração da concessão da companhia para um regime de autorização, que dispensa o grupo de investir em tecnologias como serviços fixos de voz, o executivo afirmou que a empresa está “na formalização final do acordo” anunciado em meados de dezembro com a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), o Tribunal de Contas da União (TCU) e a União.

Segundo ele, a companhia vai começar neste ano o processo de migração dos 1,2 milhão de clientes usuários de serviços de voz em redes de cobre para outras tecnologias. “São acessos que vamos ter que dar alternativa (ao cliente), que pode ser a fibra em várias localidades”, disse o presidente da Vivo.

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“Uma vez que migrarmos os clientes teremos a extração e a venda de milhares de toneladas de cobre”, disse Gebara, citando que a migração vai permitir redução do tamanho de centrais de telefonia da empresa, o que deve gerar benefícios que incluem redução ou cancelamento de aluguéis dos espaços para as instalações.

“O foco é aumento da cobertura móvel, virando a página de um serviço obsoleto e sem demanda que é o serviço de voz”, afirmou o executivo.

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.