Vivara (VIVA3): CEO e CFO encontram analistas e reforçam governança após turbulência

Analistas saíram da reunião mais confiantes na tese de investimento da Vivara

Felipe Moreira

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A rede de joalherias Vivara (VIVA3) promoveu um encontro com analistas, com a presença da presidente Marina Kaufmann, do conselheiro Paulo Kruglensky, do CEO Ícaro Borrello, do CFO Elias Lima e do gerente de RI Caio Barbuto. Às 10h37, as ações da varejista subiam 1,36%, a R$ 29,05.

De modo geral, a XP Investimentos afirmou ter saído do encontro mais confiante na história da Vivara, ao perceber uma governança muito mais estruturada, com Marina e Paulo próximos do negócio para fornecer orientação estratégica, enquanto a diretoria permanece focada na execução.

Segundo a corretora, essa mudança deve ajudar os investidores a enxergar além dos próximos resultados trimestrais e a construir maior confiança no potencial de longo prazo da empresa. A XP, assim, reiterou a recomendação de compra, destacando que “somos construtivos em relação aos fundamentos da empresa, à melhoria da governança e ao momento dos resultados”.

Não perca a oportunidade!

O JPMorgan também saiu do evento com a percepção de que a execução está sendo fortalecida pelo novo conselho e pelos comitês ativos, o que reforça a visão construtiva para o crescimento, tanto da Vivara quanto da Life, com a implementação de uma estratégia de produto aprimorada.

A companhia enfatizou o forte foco em geração de caixa e na melhoria do capital de giro, principalmente por meio da redução dos estoques. Negociando a 9 vezes P/L (Preço sobre Lucro) estimado para 2026, o JPMorgan manteve recomendação overweight (exposição acima da média do mercado, equivalente à compra) para as ações da Vivara, com preço-alvo de R$ 31.

O Bradesco BBI destacou os esforços da empresa para acalmar os ânimos após a turbulência de governança autoimposta do ano passado. Segundo o banco, a reunião ajudou a perceber que muitos aspectos importantes parecem estar em melhor forma neste momento: menor rotatividade, governança aprimorada, processos mais robustos, menos ruído e KPIs mais claros.

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Para o Bradesco BBI, tudo isso é positivo e fundamental para que a Vivara volte a gerar confiança. A consistência, no entanto, continua sendo essencial para que a tese da rede de joalheirias se concretize – por ora, o banco manteve classificação neutra e preço-alvo de R$ 32.

O Itaú BBA, por sua vez, comentou que as mudanças na governança da Vivara estão se traduzindo em resultados operacionais e financeiros e reforçou a visão de que os resultados da companhia devem continuar em alta.

Vivara apresenta melhorias em pontos críticos

O Itaú BBA destacou que a renovação do conselho, a cadência das comissões e a cultura de “testar e expandir” estão gerando melhorias em pontos críticos da Vivara, como inventário, produtividade da fábrica e experiência do cliente. Somados ao Centro de Distribuição do Espírito Santo e ao plano de expansão balanceado, esses fatores representam drivers tangíveis para maior conversão de caixa e retorno sobre capital investido (ROIC).

De acordo com relatório, as lojas estão sendo limpas de itens com mais de 180 dias desde a última venda, com fusão de ouro controlada quando necessário. A equipe também está testando sortimento mais estreito em duas lojas, acompanhando impactos na conversão e no ticket médio para informar expansão maior após a sazonalidade de fim de ano. A ferramenta de alocação, metas de cobertura e políticas comerciais foram reformuladas, facilitando a execução.

O banco observa que a Vivara negocia a 10,7 vezes P/L para (Preço sobre Lucro) 2026 e reiterou a recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de R$ 32.

Expansão da rede

O formato Life em lojas de rua será testado em áreas onde a análise geoespacial indica demanda não captada totalmente pelos shoppings. O crescimento internacional segue condicionado à prova de repetibilidade; o piloto no Panamá é promissor, mas a escala só vem com estabilidade operacional e econômica.

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No Brasil, a prioridade é manter a experiência premium da Vivara em localizações “A”, enquanto a Life impulsiona as vendas mesmas lojas (SSS) com ritmo mais rápido de lançamentos. Faixas de preço para presentes na Life (R$ 300-500) terão maior exposição para apoiar conversão sem alterar o orçamento do cliente.

Agenda clara

O BBA ressaltou que a agenda da Vivara está organizada em seis pilares:

i) Expansão e SSS, com oportunidades significativas para a Life, incluindo lojas de rua, e ritmo mais rápido de lançamentos para impulsionar crescimento de SSS;
ii) Experiência do cliente, com melhoria na navegação do e-commerce e no atendimento em lojas, buscando jornada mais sofisticada na Vivara premium e maior cuidado ao cliente na Life;
iii) Arquitetura de marca, com separação clara entre Vivara (luxo contemporâneo) e Life (luxo jovem e democrático), especialmente em shoppings onde ambas operam;
iv) Indústria, inovação e lucratividade, posicionando a fábrica como pilar estrutural para agilidade, inovação (como Duo e diamantes cultivados em laboratório) e qualidade;
v) Projeto Prisma, otimização do portfólio e inventário, especialmente na Vivara, para maximizar conversão de caixa após o aumento de estoques no ano passado;
vi) Pessoas e cultura, com maior engajamento do conselho com a equipe executiva para transmitir know-how acumulado e alinhar ritmo e prioridades.