Para Vittia (VITT3), crise de abastecimento de fertilizantes é oportunidade de crescimento

Ano exigirá, dizem executivos, “trabalhar de forma inteligente, pensando na continuidade da guerra (na Ucrânia)”

Augusto Diniz

IPO do Grupo Vittia: aposta em tecnologia biológica

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De repente, a Vittia Fertilizantes (VITT3) ganhou notoriedade em meio à crise de abastecimento de fertilizantes, já que dois grandes produtores mundiais, a Rússia e a Belarus, se envolveram numa guerra contra a Ucrânia, prejudicando o comércio global do insumo.

A Vittia é uma empresa que oferece em sua linha de produtos fertilizantes foliares, condicionadores de solo e organominerais, defensivos biológicos, inoculantes e micro de solos.

Os inoculantes intensificam o processo de fixação biológica justamente dos três fertilizantes (nitrogenados, fósforo e fosfato) que a Rússia e Belarus exportam para o Brasil, mas que agora estão ameaçados por conta de bloqueios internacionais adotados aos dois países por conta do conflito com a Ucrânia.

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Vittia: diminuição do uso do NPK

Wilson Romanini, CEO de Vittia Fertilizantes, explicou a analistas de mercado nesta quinta-feira (17), que o ano exigirá “trabalhar de forma inteligente, pensando na continuidade da guerra (na Ucrânia)”. O executivo se referia à gestão da terra e do plantio por conta da escassez, por ora, de fertilizantes tradicionais.

Segundo ele, “vive-se um momento bom, com as commodities altamente valorizadas e os insumos”. Para o executivo, “os produtores tendem a diminuir o uso do NPK (nitrogenados, fósforo e fosfato)” na safra desse ano.

“Isso ajuda outros insumos necessários, como micronutrientes, que é parte nossa dos fertilizantes especiais. Mas, sem dúvida, a partir dessas (novas) tecnologias, como os microbiológicos, elas melhoram a eficiência dos fosfatos, dos potássios e dos nitrogenados”, avalia ele sobre os fertilizantes biológicos.

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Mercado de fertilizante biológico precisa ser disseminado

Porém, Wilson Romanini alerta para os desafios de escala, logística e equação produtiva e comercial do produto.
Alexandre Frizzo, CFO da Vittia Fertilizantes (VITT3), vê com bons olhos outras empresas do mercado, como anunciado, aumentarem a capacidade do fertilizante biológico.

“É importante outros players (que atuam no mercado da Vittia) investindo, ajudando a disseminar a tecnologia, falando de fertilizantes biológicos. A gente não vê ameaça nisso”, diz.

“Ajuda a gente. Não atrapalha. Faz o mercado andar. Hoje, a concorrência não é entre as empresas da indústria de biológicos, mas do biológico com o (fertilizante) tradicional”, avalia.

Segundo ele, “a Vittia não será capaz de entregar crescimento de 50% do mercado em três anos. A gente não vai conseguir entregar sozinho. Mas a gente está na frente”.

Empresa irá oferecer fertilizante biológico com potencial de utilização no NPK

Wilson Romanini disse que a empresa já vinha trabalhando com micro-organismos, pensando na associação com fósforo, nitrogenados e potássio.

Nos próximos dias, a empresa pretende fazer lançamento de fertilizante biológico a base de bactérias que tem potencial de utilização no NPK, expandindo o resultado.

“Então a gente leva essa oportunidade esse ano para o produtor, fazendo papel fundamental na redução desses insumos que estão ficando (com preços) proibitivos (no caso, do NPK)”, afirmou.

O executivo afirmou que segue um trabalho forte na empresa de pesquisa e desenvolvimento desse tipo de fertilizantes.

“A grande temática do agronegócio brasileiro é o conflito que envolve diretamente Ucrânia e Rússia e, lateralmente, Belarus, todos importantes fornecedores de insumos básicos para a indústria de fertilizantes, com impactos ainda não devidamente quantificados na economia mundial e no agronegócio”, relatou a empresa em seu balanço de 2021.

“A Vittia entende, todavia, que esse evento oferece tanto oportunidades quanto riscos para o seu negócio. Temos baixa exposição direta aos países diretamente envolvidos (no conflito), enquanto nossa maior exposição indireta seria na aquisição de NPK como insumo. Por outro lado, um aumento no preço das commodities agrícolas pode beneficiar os nossos clientes”, informou a companhia.

Ações da Vittia (VITT3) após balanço

Na sessão desta quinta-feira, após o balanço, as ações da companhia recuaram 4,72%, a R$ 12,10. No acumulado de 2022, os papéis caem 16,67%.

Já nos últimos 30 dias, período que coincide com a guerra, os papéis da companhia desvalorizaram-se 13,39%. Nos últimos 12 meses, porém, as ações registram alta, de 20,4%.

Ontem a empresa a Vittia Fertilizantes (VITT3) publicou um lucro líquido de R$ 42,8 milhões no quarto trimestre de 2021, alta de 17,6% na comparação anual.

A empresa explica que o resultado “refletiu o período positivo para a agricultura brasileira e para o mercado de insumos agrícolas”.

Sólido crescimento e visão positiva

“Apesar das margens brutas estáveis em bases consolidadas, a empresa vem apresentando sólidos números de crescimento em termos de receita”, avaliou o Citi, em relatório.

“Assim, mantemos nossa visão positiva, sustentada por sólidas perspectivas de crescimento em todas as suas linhas de negócios”.

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